Entenda a pressa da filiação de Bolsonaro ao PL ainda em 2021

As movimentações para as eleições de 2022 já estão na pauta do dia

O Partido Liberal marcou para o próximo dia 30 de novembro a data da filiação do presidente Jair Bolsonaro. Há dois anos sem partido, a pressa da filiação do presidente tem razões práticas.

Continuar sem agremiação pelas próximas semanas pode ser um fator complicador para Bolsonaro no ano que vem.

E não falo da necessidade simplesmente de estar filiado a uma legenda para disputar a reeleição, e sim de um cenário mais complexo que estimula a antecipação dos fatos.

Aliados do presidente cobram uma definição dele para a formação dos blocos em seus estados. E isso inclui mudanças profundas em algumas situações.

Esse movimento precisa ser trabalhado pelo grupo simpático ao presidente com cuidado para não dar prejuízo no momento da abertura das urnas em outubro próximo.

Ceará

Aqui no Ceará essa articulação já começou. O PL, que deve abrigar o presidente, hoje é base aliada do governador Camilo Santana (PT) — adversário de Bolsonaro.

No Estado, o presidente tem aliados no Pros, no PL e no Republicanos. Esses parlamentares devem seguir Bolsonaro na nova agremiação para fortalecer o partido e conquistar mais vagas na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa.

Entusiastas da chegada do chefe do Executivo ao partido, o deputado federal Dr. Jaziel (PL) e a deputada estadual Dra. Silvana (PL) deram declarações recentemente que sugerem a mudança no comando do partido no Estado. É preciso ressaltar que a deputada integrava a base do governo Camilo até pouco tempo atrás.

Agora, com o novo cenário eleitoral, já cresce o movimento para que o prefeito de Eusébio, Acilon Gonçalves, que tem interlocução política em diversas prefeituras, deixe a condução do PL.

Eleições

Assim como ocorre no Ceará, a antecipação do arranjo partidário pensando em 2022 já surge como pauta do dia.

O presidente Jair Bolsonaro poderia ainda esperar os primeiros meses do ano que vem para decidir qual partido escolher, mas as conjunturas estaduais obrigam o mandatário a se antecipar e preparar o terreno para a disputa da reeleição.