A derrota do Ceará por 2 a 0 em Salvador (BA), na noite desta quarta-feira (8), é a menor das preocupações do técnico Gustavo Morínigo. Afinal, a situação na tabela da Copa do Nordeste era confortável a ponto de 'descartar' a partida e preservar 9 titulares para a semifinal do Estadual de domingo contra o Iguatu fora de casa.
A estratégia foi correta, já que o Vovô não perderia a 1ª colocação do Grupo B com a derrota e ainda daria ritmo aos reservas. O problema foi que o conjunto da equipe que jogou no Barradão não existiu. O Ceará não funcionou como time e amargou uma derrota justa contra um time já eliminado e em crise com sua torcida, que o vaiou desde o primeiro toque na bola.
Um esboço dessa equipe reserva já havia enfrentado o Pacajus pelo Estadual (4x0 no PV) e o CRB fora (1x1 em Alagoas), portanto havia a expectativa de um jogo melhor, ainda que sem a qualidade dos titulares.
Era absurdo esperar um Ceará dinâmico e envolvente como foi no Clássico-Rei, afinal, como jogar assim sem Guilherme Castilho, Erick, Janderson e Vitor Gabriel?
Time sem conjunto
Ainda que Jean Carlos, Chay, Igor e Luvannor sejam bons jogadores, a velocidade, movimentação e dinâmicas de jogo não são as mesmas. O ataque não funcionou, sem criação, tabelas, aproximação e finalizações.
Chay e Hygor ficaram presos na marcação e não ganharam jogadas no um contra um. Luvannor não conseguiu ser a referência, e Jean Carlos não conseguia criar.
Assim, o Ceará foi nulo na frente e inseguro lá atrás. Nem Caíque Gonçalvez fez um boa partida no meio campo. E os laterais não renderam, principalmente Igor, que cometeu um pênalti bobo. E o goleiro Aguilar, foi mais uma vez inseguro, falhando em lances fáceis e no 2º gol do Vitória.
Para a etapa final, o time melhorou um pouco com as entradas de Geovane, Caio Rafael, Léo Rafael e Àlvaro - este finalizou mais e se apresentou melhor que Luvannor - mas insuficiente para mudar o resultado.
Lições para Morínigo
Morínigo deve ter entendido que o Ceará tem bons reservas, boas opções, mas que todos juntos fica difícil renderem. Uma coisa é um ou outro entrar com o time titular. Certamente eles crescerão de rendimento, mas juntos, sem entrosamento, não renderam.
E o treinador paraguaio, que faz um bom trabalho, pode ter visto seus reservas ganharem ritmo de jogo, mas não um bom futebol. Morínigo já elogiou o elenco do Ceará e as opções outras vezes e deve cobrar um rendimento melhor deles nas próximas oportunidades do time 'alternativo'. O time titular é muito bom, azeitado e chegará forte para a Série B, mas o técnico precisará de opções confiáveis ao longo das 38 rodadas na busca pelo acesso.