"Prosperidade verde" do Nordeste é destacada por renomada universidade dos EUA
Conforme estudo, Nordeste terá papel crucial na transição energética global

Relatório da Universidade Johns Hopkins (EUA) destaca o Brasil entre os quatro países com maior potencial para liderar a indústria verde até 2050, ao lado de China, Estados Unidos e Rússia. O estudo, conduzido pelo Net Zero Industrial Policy Lab (NZIPL), enfatiza o papel do Nordeste na transição energética global, impulsionado pela abundância de recursos renováveis, reservas de minerais críticos e base industrial consolidada.
A pesquisa, que contou com dois especialistas brasileiros, avalia o cenário tecnológico e político do Brasil em sete setores estratégicos para a economia verde: minerais críticos, baterias, veículos híbridos a biocombustíveis, combustíveis sustentáveis para aviação, equipamentos de energia eólica, aço de baixo carbono e fertilizantes verdes.
Minerais críticos, incluindo terras raras, são essenciais para turbinas eólicas, painéis solares, baterias e motores de veículos elétricos. O estudo também ressalta o protagonismo brasileiro na energia eólica, setor no qual o país ocupa a terceira posição global.
A pesquisa menciona investimentos da China na indústria verde brasileira, como fábricas de baterias e veículos elétricos da BYD e da GWM, além da expansão da fabricante de turbinas Goldwind. Os clusters tecnológicos emergentes exigirão trabalhadores qualificados, demandando políticas para capacitação profissional.
Vantagens do Ceará
No Ceará, a infraestrutura para energias renováveis vem crescendo rapidamente, com destaque para projetos de hidrogênio verde e parques eólicos offshore. O Porto do Pecém se posiciona como um hub logístico essencial, atraindo investimentos e consolidando o estado como referência na transição energética do país.
Gargalos da região
Entretanto, o estudo alerta para gargalos na formação profissional. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil precisará de 14 milhões de trabalhadores para atender à demanda da indústria verde. A baixa taxa de matrículas em cursos técnicos é um desafio, e o relatório aponta a expansão dos Institutos Federais (IFs) como alternativa. O governo federal anunciou a criação de 100 novos IFs com 140 mil vagas, vinculando a formação técnica à agenda de descarbonização.
O alinhamento entre educação e indústria verde será crucial para consolidar o Brasil como líder da transição energética global.