Os microapartamentos estão se proliferando pelas capitais brasileiras, e esse fenômeno do mercado imobiliário ocorre de maneira expressiva em Fortaleza, estimulado, sobretudo, pelo preço. Pesquisa realizada pela QuintoAndar mostra que o aluguel de um imóvel desse porte na capital cearense sai por R$ 650, em média.
Como o nome já avisa, microapartamentos são imóveis muito pequenos. Segundo o estudo, eles variam de 10 metros quadrados a 30 m². Apesar do tamanho, são equipados com banheiro, cozinha e mobília projetada. Normalmente, são localizados em áreas valorizadas e vibrantes de grandes cidades.
Conforme a QuintoAndar, um estúdio desse tipo custa a metade de um apartamento de um quarto com metragem maior — que, em Fortaleza, na média, é encontrado por R$ 1.249.
Entre oito capitais pesquisadas, Fortaleza registrou o menor valor de aluguel para microapartamentos. São Paulo, naturalmente, tem os preços mais elevados (R$ 1.923, na média).
Preço médio de aluguel de microapartamentos
- Fortaleza: R$ 650
- Porto Alegre: R$ 860
- Belo Horizonte: R$ 1.055
- Rio de Janeiro: R$ 1.096
- Brasília: R$ 1.227
- Curitiba: R$ 1.308
- Salvador: R$ 1.416
- São Paulo: R$ 1.923
Participação crescente
O levantamento aponta que a participação dos microapartamentos no portifólio da QuintoAndar cresceu 75% no terceiro trimestre de 2022 em comparação a igual período de 2020.
Embora sejamos levados automaticamente a pensar em São Paulo como a cidade exemplar nesse assunto, na prática, Fortaleza e Brasília se destacam com a maior participação de apartamentos com menos de 30 metros quadrados no universo de imóveis com apenas um quarto. Em ambas, essa proporção chega a 44%, ou seja, a cada 100 imóveis de um quarto anunciados, 44 são microapartamentos.
“No caso de Fortaleza, ao optar por um microapartamento a pessoa também escolhe, na maioria das vezes, um imóvel que cabe no bolso. O comprometimento médio da renda com o aluguel de um microapartamento fica na casa dos 17% na cidade, bem menos que os 32% de um imóvel de um quarto maior, que já ultrapassa o limite de 30% recomendado por especialistas", analisa Thiago Reis, gerente de dados da QuintoAndar.
O perfil de quem busca esses pequenos lugares para morar é de jovens solteiros com menos de 35 anos.
“Trata-se de um fenômeno mundial. Nas cidades europeias e asiáticas, esse movimento não é novo e é resultado de mudanças culturais e sociodemográficas. As pessoas estão vivendo mais, demorando mais para casar e ter filhos e morando mais sozinhas. Além disso, há aspectos urbanísticos e ecológicos, como a falta de espaço, a verticalização como norte e o uso consciente do solo”, pontua Reis.