Consumidores cearenses gastam, em média, 10,2% da renda domiciliar mensal para encher um tanque de gasolina. Esse percentual, além de representar quase o dobro da média nacional (5,9%), é o quarto pior do Brasil.
Os dados são do Monitor de Preços de Combustíveis, realizado pela Fipe e Veloe, com informações atualizadas até fevereiro/23. O levantamento considera estatísticas de renda da PNAD e os valores necessários para abastecer um tanque de 55 litros (capacidade média de veículos de passeio).
Os estados em que o combustível mais corrói os salários da população são Maranhão e Bahia, onde os motoristas gastam 11,2% do que recebem para completar o tanque. Alagoas fica em terceiro, com 10,9%.
Ranking: Poder de compra da gasolina (do pior para o melhor)
- Maranhão: 11,2%
- Bahia: 11,2%
- Alagoas: 10,9%
- Ceará: 10,2%
- Acre: 9,7%
- Pernambuco: 9,6%
- Sergipe: 9,2%
- Paraíba: 9%
- Rio Grande do Norte: 8,9%
- Piauí: 8,8%
- Pará: 8,3%
- Amazonas: 8%
- Rondônia: 7,6%
- Tocantins: 7,3%
- Roraima: 6,9%
- Amapá: 6,4%
- Minas Gerais: 6,2%
- Goiás: 6%
- Espírito Santo: 5,9%
- Paraná: 5,5%
- Mato Grosso: 5,4%
- Rio de Janeiro: 5,1%
- Mato Grosso do Sul: 4,9%
- Rio Grande do Sul: 4,7%
- Santa Catarina: 4,7%
- São Paulo: 4,4%
- Distrito Federal: 3,1%
Um ano atrás, o cenário era ainda pior. Os cearenses gastavam quase 14% da renda para abastecer apenas um tanque, enquanto os brasileiros destinavam 9%.
Nordestinos sofrem mais com preço da gasolina
Ainda assim, as informações trazidas pela pesquisa são alarmantes, pois evidenciam o maior impacto inflacionário dos combustíveis no Nordeste, região em que o rendimento médio da população é mais baixo.
Os estados nordestinos, com destaque para o Ceará, vêm liderando os rankings de preços da gasolina nos últimos meses, e a corrosão provocada por este segmento ao orçamento dos consumidores da região é expressivamente superior comparativamente a outras partes do País.
Para se ter dimensão, em São Paulo, onde a renda média é mais elevada, encher o tanque toma 4,4% dos ganhos domiciliares.
Em relação às capitais, Rio Branco tem a pior taxa (8,1%). Maceió (7,9%) e São Luís (7%) aparecem em seguida. Fortaleza está na 7ª colocação.
A pesquisa ressalta que "o volume de combustível consumido por veículos e motoristas que trafegam nos grandes centros urbanos pode ser comparativamente maior, por exemplo, em decorrência de maiores distâncias percorridas, maior frequência de deslocamentos e /ou ocorrência de congestionamentos (em relação às cidades de menor porte e menos adensadas)".