Procrastinação, “deixar para depois”: é hora de acabar com esse mau hábito

Você é daquelas pessoas que está sempre deixando as “coisas” para depois, que acaba se afligindo porque o prazo vai acabar e não consegue chegar no horário marcado ou entregar a tarefa ou trabalho? Conhece alguém que é conhecido por essas características? 

A isso chamamos de procrastinação.  Consciente ou inconscientemente, a pessoa se distrai com atividades menos importantes ou mais prazerosas do que aquela que precisaria ser feita agora. Isto impactará, de forma bem significativa, negativamente a vida delas.  

Todo ser adulto, em algum momento, se deixa levar por uma chamada “consciência infantil”. Quando está no comando, as escolhas são coerentes com as de uma criança pequena. Portanto, é regida pelo prazer e busca o mais fácil, evita o que é desagradável ou que “dá trabalho”.  

Todos nós podemos, em algum momento, nos comportarmos assim. Mas, quando se torna muito frequente, definimos como um padrão. E tende a gerar sofrimento e conflitos não só para aquele que funciona dessa maneira, mas também para aqueles com os quais convive.   

O que leva alguém a procrastinar? 

Não se pode afirmar que é uma doença, síndrome ou transtorno. Mas existem algumas hipóteses de causas psicológicas e mentais. Transtornos de humor, de ansiedade, de déficit de atenção e hiperatividade são exemplos. 

Podemos encontrar procrastinação em pessoas que sofrem com transtornos de ansiedade. Ela pode ser perfeccionista, com a necessidade de autoafirmação e ser aceita. Assim, ela irá se cobrar fazer tudo perfeito.  

A cobrança é tamanha que ela não consegue iniciar a tarefa por medo de não conseguir realizá-la com perfeição. Vai deixando para depois, e depois... E isso acaba gerando mais ansiedade, podendo se tornar patológica. 

Procrastinação é diferente de preguiça. Na primeira situação, a pessoa não fica parada ou descansando. Ela apenas posterga a atividade que precisa ser feito logo e faz outras. O preguiçoso não faz outras atividades.  

Como falei anteriormente, essa pessoa, prisioneira do padrão procrastinador, sofre. No convívio social, ela recebe rótulos depreciativos e discriminatórios. É sempre vista como a que atrasa aos compromissos, seja uma reunião, seja entrega de um trabalho. Na formação de uma equipe, é preterida por não conseguir cumprir prazos ou mesmo pela entrega de última hora. 

O postergador crônico adia o que precisa ser feito em diversas áreas da sua vida. Mesmo que inicialmente gere uma sensação de alívio, é temporário, gerando desorganização, indefinição e pendências. O que gera mais sofrimento, porque se perde muita energia carregando o peso do acúmulo de atividades a serem feitas, além de um rebote psíquico inconsciente, de incompetência e incapacidade que puxará a autoestima para baixo. 

Alguns estudiosos indicam que 20% da população mundial é procrastinadora. Entre cinco pessoas, uma sofre com procrastinação.  

Então, não precisa se culpar, você não está sozinho nesse desafio. A ajuda de um profissional pode facilitar e fazer a diferença para quem realmente quer sair desse padrão e mudar. Um psicólogo ou um psiquiatra, ou os dois, dependendo do caso. 

Como dicas, sugerimos: Invista no autoconhecimento. Planeje em pequenos passos a execução das tarefas e inicie imediatamente. Comprometa-se em avaliar diariamente o enfrentamento desse desafio a ser vencido. 

Aceite que é um padrão e que está em todas as áreas da sua vida. Busque identificar, comprometa-se com a mudança e tome atitudes coerentes com esse compromisso. 

Paz e bem!