Variação cambial e a compra de jogadores

Com pequenas variações diárias, o dólar está na faixa de R$ 5,57, o euro a R$ 6,74 e a libra esterlina R$ 7,92

Legenda: Com o dólar valorizado, os clubes brasileiros ficam em desvantagem no chamado mercado da bola
Foto: Agência Brasil

A queda do real perante os dinheiros valorizados do mundo facilita sobremaneira a compra de jogadores brasileiros pelos mercados europeu e asiático. Com pequenas variações diárias, o dólar está na faixa de R$ 5,57, o euro a R$ 6,74 e a libra esterlina R$ 7,92. Ora, o poder de compra dessa gente está em alta. Então, qualquer time das bandas do Velho Mundo, mesmo os das séries inferiores, está em condições de levar daqui os valores que entenderem interessantes. O dinheiro real, numa época de fantasia, equiparou-se ao dólar. Foi em 1994. Eu estava cobrindo a Copa dos Estados Unidos. Um real igual a um dólar. E eu lá, em Dallas, o maior centro financeiro dos Estados Unidos, vendo aquela arrumação. Na época, viajar para a Europa ficou fácil com ir a Sobral ou a Juazeiro. Era dormir aqui e acordar em Lisboa. Depois se danar pela Espanha, Itália, França... Ver de perto os craques brasileiros que pululavam pelos diversos clubes do velho continente. Mas o valor de ficção não demorou a voltar para a verdade cristalina do mercado. Encolheu. Hoje foi engolido pelas moedas fortes. Se não fosse o coronavírus, já teriam levado muito mais atletas que atuam no futebol cearense. O real caiu na real.    

Nos cueiros 

Está difícil manter no Brasil as promessas futebolísticas que surgem nas bases dos nossos clubes. Os meninos diferenciados são fisgados ainda nos cueiros. Os empresários e procuradores sabem onde dormem as andorinhas. Por isso há jogadores que despontam no exterior sem terem sequer atuado em times daqui. 

Recompensa 

Fortaleza e Ceará têm auferido boa grana com jogadores negociados. E, nas transferências posteriores, de acordo com a legislação, ainda recebem percentuais significativos. Isso até mudou o foco da transação. Hoje há negociações internas feitas com perspectivas de venda futura. Isso tem representado certa recompensa. 

Sem título 

Há um dado curioso: quando se acentuou a ida de craques brasileiros para a Europa e para a Ásia, o Brasil não mais ganhou títulos mundiais. Mesmo trazendo para a Canarinho os “estrangeiros”, ou seja, jogadores que estão nos centros de excelência do mundo, a Seleção Brasileira estacionou no penta de 2002 no Japão. Sintomático, não?   

Amenidades 

Novos nomes do rádio, numa homenagem pela contribuição que cada um ofereceu a seu modo. Ora gente do microfone, ora gente da técnica. Alguns operadores com quem trabalhei nas décadas de 1960 e 1970: Mena Barreto, Mauro Coutinho, Haroldo Celino, Jonas Pereira, Júlio Maciel, Zé Rodrigues, Suvela, Valdenir Santos, Leôncio Macambira, Soneca... 



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