Regras sem pênalti no futebol

De certa época para cá, a interpretação a respeito do pênalti ficou muito complicada

Foto: Divulgação/Agência Palmeiras

Mais uma vez o pênalti na berlinda. Quem teria, ao elaborar as regras do futebol, sugerido a cobrança de pênalti? Em 1863, nas primeiras regras, não existia o pênalti. O pênalti só passou a existir em 1891, após mudanças no regulamento. De certa época para cá, a interpretação a respeito do pênalti ficou muito complicada. Nos primeiros tempos, era necessário observar a intenção do atleta, caso a bola tocasse na mão dele. Na mão, somente na mão. Daí a história de bola na mão ou mão na bola. Caberia ao árbitro examinar a intenção do atleta.

Agora, da forma como está, são inaceitáveis as decisões sobre a existência ou não de pênalti. Tentaram simplificar, mas complicaram ainda mais. No lugar da mão, agora o braço. Mas depende da situação do braço. Se aberto como os do Cristo Redentor no Corcovado, pênalti. Se colado ao corpo como quem se protege do frio, não é pênalti. Uma série de insanidades produzida por irracionais do apito. Pior ainda: inventaram o VAR para tirar dúvidas. Tudo bem. Parecia uma solução. Entretanto, em situações de dúvida sobre a existência ou não de um pênalti, o VAR nem sempre tem servido para elucidar. Tudo fica mesmo para a subjetiva interpretação dos árbitros. 

Regras 

Um grupo de oito esportistas reuniu-se em Londres, em 1863, visando a estabelecer as regras do futebol. Esse grupo foi formado por Ebenezer Cobb Morley, Arthur Pember, Charles Alcock, Francis Campbell, John Alcock, Herbert Stward, George Wawn e Janis Turner. Nas regras, não se falava em pênalti.  

Absurdo 

Tenho pena dos zagueiros no futebol de hoje. Quando na área, procuram ficar com as mãos para trás, temendo o cometimento involuntário de pênalti. Um absurdo. Assim, com as mãos para trás, eles não têm a mesma velocidade e ficam em desvantagem diante dos atacantes. Um absurdo. Você, leitor, tente correr com os braços colados ao corpo. Você vai ver a dificuldade. 

Nomes 

Nos anais da história do futebol, há os nomes dos desportistas que elaboraram as primeiras regras, bem como os nomes dos que introduziram as primeiras mudanças. Mas não há o nome de quem sugeriu a introdução do pênalti nas regras do jogo. Assim também nos tempos atuais. Ninguém sabe qual o “gênio” que sugeriu o absurdo de interpretação do pênalti como é hoje. 

Recuo 

Não consigo engolir a interpretação de um pênalti como está hoje. Correto seria um recuo. Admitir a interpretação como nos velhos tempos, observando a intenção do atleta, ou seja, se mão na bola ou bola na mão. Os braços não teriam nada a ver com isso. A atual forma de interpretação é ridícula, absurda, inaceitável. 



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