Nova derrota e mais tormentos para o Ceará

Desta vez, a vitória do Bahia não foi incontestável. Não, não. Desta vez, houve a contribuição do árbitro que influenciou no resultado.

Legenda: Numa bela arrancada, Saulo Mineiro abriu o placar para o Ceará, ontem à tarde, na Arena Castelão
Foto: Thiago Gadelha

O Bahia venceu, de novo. E ganhou mais uma vez do Ceará dentro do Castelão. O Vozão até se animou quando Saulo Mineiro abriu a contagem (1 x 0). Mas o futebol é cruel quando os bons fluidos resolvem ficar de um lado só. Quando tudo parecia caminhar para um controle alvinegro, o árbitro Marcelo Lima Henrique viu um pênalti de Gabriel Dias em Luis Otávio. Na minha avaliação, não houve pênalti. Luís Otávio mergulhou na piscina ao sentir o braço de Gabriel. O árbitro, mesmo revisando no VAR, confirmou o pênalti. Gilberto empatou. Sete minutos depois, a virada: Gilberto, sempre ele, fez 1 x 2. Os tormentos do Ceará, que já eram grandes, foram ampliados. Na fase final, Guto tentou salvar a situação com Vina, Marlon e Charles. Até melhorou, mas não o suficiente para chegar ao empate.  Desta vez, a vitória do Bahia não foi incontestável como a que levou para a decisão nos pênaltis a Copa do Nordeste. Não, não. Desta vez houve a contribuição do árbitro que influenciou no resultado. Mas, independentemente disso, fica claro que há algo a travar o Vozão. Situação típica de uma fase negativa que persiste, apesar de todos os esforços dos jogadores. Está difícil entender.   

Museu

No Estado do Ceará não há um Museu do Futebol. Lamentavelmente, os pesquisadores Airton Fontenele, Alfredo Sampaio e Airton Monte, que tinham bons acervos, já faleceram. A Beth Fontenele, com muito zelo, tem cuidado do vasto material que o pai dela deixou. Mas há uma preocupação quanto à destinação futura.

“Arquivos Implacáveis”

Quando trabalhei com o Alfredo Sampaio, na Rádio Uirapuru, na década de 1960, pude acompanhar o trabalho desse pesquisador, que também era chamado de “Enciclopédia do Futebol Cearense”. Ele guardava todas as súmulas. Conferia tudo. Os “Arquivos Implacáveis”, após a morte do Alfredo, foram vendidos. Não sei onde estão no momento.

Gravações perdidas

Houve grande negligência na conservação das gravações dos gols narrados por locutores famosos. O operador de áudio Mena Barreto, de saudosa memória, tinha notável arquivo com as vozes de Jaime Rodrigues, José Cabral, José Santana, Vilar Marques, Júlio Sales, Bonifácio de Almeida, dentre outros. Quando a Rádio Uirapuru foi vendida, o arquivo sumiu.

Memofut

Cristiano Santos, foi um baluarte na preservação da memória do futebol cearense. À frente do Memofut-CE, cuidou de formar um bom acervo. Fez gravações históricas com nomes como Alexandre Nepomuceno, Lívio Amaro e Mozart Gomes. Cristiano morreu em 2015. Não sei que fim levou o arquivo do Memofut.

 

 



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