Futebol cearense carece de título na elite nacional

Durante muito tempo, o futebol cearense foi a terceira força do futebol nordestino. Atualmente, estamos liderando a região; entretanto, precisamos conquistar um título de elite: Série A ou Copa do Brasil

Legenda: Em 1994, o Ceará eliminou o Palmeiras da era Parmalat comandado por Vanderlei Luxemburgo, em São Paulo
Foto: Airton Bezerra/SVM

Bahia e Pernambuco já foram detentores do melhor futebol nordestino. Diziam os pesquisadores Airton Fontenele, Alfredo Sampaio e Airton Monte que a Bahia ensinou os demais clubes da nossa região. Se fizermos uma leitura da estatística de 1950 para cá, logo veremos que os números não mentem jamais. Os baianos eram os mestres, logo depois os pernambucanos. Nos últimos anos a situação tem dado sinais de mudança. Agora mesmo, na Copa do Nordeste, o Ceará lidera o Grupo A com 13 pontos e o Fortaleza lidera o Grupo B com 14 pontos. O Bahia é o terceiro colocado no Grupo A, sendo o Santa Cruz o lanterna. No Grupo B, o Vitória é vice-líder, mas o Sport é vice-lanterna. É lógico que baianos e pernambucanos têm no histórico títulos nacionais nas duas maiores competições do Brasil, enquanto o futebol cearense não ostenta um sequer. O Bahia foi campeão da Taça Brasil em 1959 e campeão da Série A nacional em 1988. O Sport foi campeão da Série A em 1987 e campeão da Copa do Brasil em 2008. Certa feita, quando presidente do Ceará, Evandro Leitão disse que para entrar no rol dos grandes vencedores, o futebol cearense precisava ganhar títulos assim. Ainda não ganhou, mas me parece bem encaminhado. 

Quase lá  

O Fortaleza, em duas oportunidades, teve a chance de ganhar o título de campeão brasileiro. Em 1960, decidiu a Taça Brasil com o Palmeiras. Perdeu no PV (1 x 3) e no Pacaembu (8 x 2). Em 1968 decidiu a Taça Brasil com o Botafogo. Empatou no PV (2 x 2), mas perdeu no Maracanã (0 x 4). 

Quase lá II 

O Ceará também teve oportunidade de ganhar um título nacional na Copa do Brasil. Em 1994, decidiu com o Grêmio em Porto Alegre. Empatou o primeiro jogo no Castelão (0 x 0) e perdeu no Olímpico (1 x 0). Esse jogo ficou marcado por um grave erro da arbitragem que prejudicou o Ceará. 

Pênalti 

Na decisão com o Grêmio em Porto Alegre, o Ceará foi prejudicado por um árbitro cujo nome aqui não coloco para não sujar esta página. Estava 1 a 0 para o Grêmio. O Ceará jogava pelo empate. Aos 31 minutos do segundo tempo, pênalti claro de Paulão sobre Sérgio Alves, do Ceará. Além de não marcar o pênalti, expulsou Sérgio Alves. Um absurdo. Depois expulsou o zagueiro do Ceará, Victor Hugo. 

A médio prazo 

Vejo boas possibilidades de Ceará e Fortaleza alcançarem, a médio prazo, um título de campeão numa das duas mais importantes competições do País. Nenhum time do Nordeste está melhor organizado financeiramente que os nossos dois representantes. O fortalecimento do cofre permite contratações de elevado nível. É o caminho.