Estão avacalhando as Copas

Legenda: O Brasil está classificado para a Copa de 2022 e tentará apagar imagem ruim após eliminação precoce em 2018
Foto: AFP

O presidente da FIFA é Gianni Infantino, suíço-italiano, que dirige a entidade desde 2016. Mas quem manda no futebol mundial? Como são tomadas as decisões sobre as modificações nos modelos de disputa das competições internacionais sob sua chancela? Quem é a eminência parda que atua no órgão? De certa época para cá, resolveram ir inchando de mais seleções a Copa do Mundo que já foi enxuta na década de 1950. Em 1982, na Espanha, subiram para 24 o número de participantes. Em 1998, na França, subiram para 32 o número de participantes. Em 2026, a Copa do Mundo terá 48 seleções participantes. Certamente, por trás disso, há muitos interesses políticos e financeiros. Pressões de toda ordem. O Mundial de Clubes também vai inchar. A FIFA quer um formato com 24 clubes. Quero crer que, por trás disso, haja outros interesses. Basta o observador atentar para o detalhe: o Campeonato Brasileiro, Série A, principal competição do Brasil, tem 20 clubes. O Mundial, na proposta que aí está, quer o Mundial com 24 clubes. Só falta a criação de um torneio início, à moda cearense das décadas de 1950 e 1950, com desfile dos jogadores sob o ritmo de uma bandinha... 

 

Tendência 

 

Não sei a razão pela qual a proposta é inchar todo tipo de competição. A Copa São Paulo de Futebol Júnior, nas primeiras edições, era enxuta. Boa de ser vista pela qualidade. Dava para se ter um acompanhamento interessante. Foram ampliando o leque de participações a tal ponto que inviabilizou manter a qualidade dos primeiros tempos. Está horrível. 

 

Contramão 

 

Só os campeonatos estaduais não têm tido a sorte de uma proposta para alargar o número de cidades e de participantes. Pelo contrário. Reduziram tanto que de dezesseis passaram a admitir apenas oito iniciais, com dois (Fortaleza e Ceará, entrando apenas nas quartas de final. Também reduziram o número de datas. Os estaduais estão na contramão da história.  

 

Maior 

 

A Copa do Brasil é uma das maiores aberrações que eu conheço. Já fui defensor da Copa do Brasil, quando se assemelhava à Taça Brasil, ou seja, enxuta. Participavam apenas os campeões e depois os vice-campeões. Hoje, a Copa do Brasil tem 92 participantes. Convenhamos que é um exagero e uma enganação. Quarenta times caem logo na primeira rodada, com um empate. Piada pura. 

 

Tiro no pé

 

O cronista pode e deve fazer uma crítica construtiva. Poucos levam em consideração as opiniões desfavoráveis. Mas é necessário mostrar o exagero do número de times nas disputas. Isso não acrescenta nada. Os critérios de apuração para as vagas deveriam ser rigorosos. Inchar com times mambembes é tiro no pé.   



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