O cenário é o mesmo da decisão do ano passado: Estádio Pituaçu na cidade de São Salvador da Bahia de Todos os Santos. Os times são os mesmos: Bahia e Ceará. Aparentemente, a mesma coisa. Entretanto, a despeito dos mesmos componentes, as circunstâncias agora são bem diferentes. Em 2020, o Ceará não vinha de desgastes excessivos. Estava concentrado só naquela decisão. O Vozão ganhara força com a explosão do atacante Cleber, que a todos surpreendeu. O Bahia, então dirigido pelo técnico Roger Machado, perdeu as duas partidas da final em casa.
Hoje, o Bahia dá sinais de significativa evolução. O técnico Dado Cavalcanti, que em dezembro de 2020 substituiu Mano Menezes, conseguiu melhor produtividade do grupo. Pela Sul-Americana, mesmo poupando jogadores, o Bahia em casa goleou (5 x 0) o Guabirá. Enquanto isso, o Ceará, com o time titular, teve de suportar o desgaste da ida a Buenos Aires, onde empatou com o Arsenal. Isso pode pesar na definição de logo mais. De bom mesmo uma certeza: assim como Rodriguinho, Rossi e Gilberto cresceram nos jogos recentes, Vina, Vizeu e Mendoza também cresceram. Há, portanto, nítido equilíbrio de forças.
Gilberto, atacante do Bahia, é o artilheiro da competição, com sete gols. Exigirá da defesa alvinegra atenção redobrada. Em quase todos os jogos ele tem deixado sua marca. A artilharia do Bahia é bem diversificada. Depois do Gilberto, com sete, estão Gabriel Novaes (2), Patrick de Lucas (2), Mycon Douglas (2), Rodriguinho (2), Matheus Bahia (1) e Thaciano (1).
No ataque do Ceará ainda não há um centroavante definido. Quem vem jogando é Vizeu, mas Clebão pode voltar a ser titular. Os artilheiros do Ceará na Copa do Nordeste são: Saulo Mineiro (4), Vizeu (3), Gabriel Dias (2), Mendoza (2), Luís Otávio (1), Jael (1), Vina (1) e Clebão (1). Sustento a opinião de que mais dificulta a marcação quem tem maior número de goleadores.
Vejam as consequências do erro grave do árbitro Zandick Gondim Alves Junior, que injustamente expulsou Gabriel Dias na vitória do Ceará (2 x 0) sobre o Vitória no Castelão. O Vozão ficou sem o atleta no restante do jogo, não poderá contar com ele neste jogo decisivo e Zandick, na súmula, ainda carregou tintas contra o atleta. E o chefe dele, Leonardo Gaciba, numa boa. Absurdo.
Qual o técnico ideal para o Fortaleza? Respondo diferente. O técnico ideal para qualquer clube é o que alia um padrão de qualidade com as disponibilidades financeiras da equipe. Nem sempre técnico de renome resolve. O Bahia gastou muito para contratar Mano Menezes, ex-Seleção Brasileira. Mano durou lá três meses. Aí Dado Cavalcanti foi quem fez o Bahia reagir.