É preciso dividir a pressão entre técnico e jogadores

Foto: Thiago Gadelha

De certa época para cá, passaram a destacar muito a figura do treinador. No tempo de Vicente Feola, que levou a Seleção Brasileira ao primeiro título mundial na Suécia, a importância do treinador era valorizada, mas jamais incensada como agora. Os treinadores eram discretos, pouco gesticulavam. Anos depois, com as coberturas ao vivo pela televisão, eles descobriram que poderiam aparecer mais. Alguns buscaram na elegância a forma de aparecer. E fizeram do local de trabalho passarela para desfile de moda. Outros optaram pelo exagero nas gesticulações. Outros mais preferiram espalhafatos ridículos. E assim assumiram a postura de protagonistas, dividindo com os ídolos os espaços na mídia.

Treinador, hoje, é chamado de professor. Em compensação, a cobrança sobre eles passou a ser muito maior. No momento, o novo técnico do Ceará, Tiago Nunes, experimenta uma terrível situação. Já começou sob críticas fortes da crônica e dos torcedores. Ainda bem que ele é discreto, não gosta de holofotes. Mas, como cobram dele uma resposta imediata, nesse caso a pressão não deveria ser concentrada somente no treinador, mas também nos seus subordinados, máxime Lima, Vina, Jael e Mendoza.

Aniversário discreto 

Passou quase sem ser notado o aniversário de 80 anos do Estádio Presidente Vargas, a mais querida e tradicional praça esportiva do Estado do Ceará. No dia 14 de setembro de 1941, a inauguração aconteceu sem futebol. Houve apenas um show artístico, como bem lembrou o pesquisador Eugênio Fonseca. 

Futebol 

Com bola rolando mesmo, o PV foi inaugurado no dia 21 de setembro de 1941, quando houve o primeiro jogo. Vitória do Ferroviário 1 x 0 sobre o Tramways de Recife, gol de Chinês. Só no final de 1956, eu, com nove anos de idade, conheci o PV. Arquibancadas de madeira, exceto a parte centro que era de concreto. Duas cabines de rádio, Alambrado baixinho, de madeira. 

Ídolos 

Foi no Estádio Presidente Vargas, na década de 1950, que eu vi os maiores ídolos do futebol mundial em todos os tempos: Pelé e Garrincha. Também no PV conheci Bellini, o capitão da Seleção Brasileira, campeã do mundo na Suécia. Também lá conheci o campeão mundial Dino Sani e o preparador físico, Paulo Amaral, que era também da Canarinho de 1958. 

Escombros 

Lamentavelmente, o Estádio Presidente está sob os escombros do hospital de campanha que ali foi construído no auge da crise de Covid em 2020. O hospital foi desmontado, mas deixou o PV em ruínas. O ex-prefeito Roberto Cláudio prometeu que entregaria o PV plenamente restaurado. Agora é com o prefeito Sarto Nogueira.  



Assuntos Relacionados