Da casa alugada à majestosa sede no Pici

O Fortaleza foi do futebol de improviso ao futebol planejado, do sentimento amador ao rigor profissional, dos escalões inferiores à elite nacional

Legenda: O Fortaleza investiu R$ 4 milhões no Centro de Excelência. Com o orçamento no limite, a instituição trabalha com apoio da torcida para acelerar as obras
Foto: FortalezaEC

A torcida do Fortaleza tem orgulho da atual sede do clube no Pici. Um Centro de Excelência composto pelo que há de mais avançado no futebol moderno. Poucos times no Brasil possuem o elevado padrão de qualidade que hoje o Fortaleza oferece aos seus jogadores e funcionários. Mas isso não veio da noite para o dia. Na década de 1950, o Fortaleza teve uma sede bem modesta na Rua Júlio César, na Gentilândia; uma casa pequena, simples, que ainda hoje está lá. Pouca gente sabe que ali, durante bom tempo, foi a “morada” do Leão de Aço. Foram tempos difíceis, mas nem por isso menos vitoriosos. Depois, quando já no Pici, por pouco o Leão não perdeu a sua sede em razão de elevadas dívidas. Os beneméritos do clube, mediante cotas arrecadadas, evitaram o leilão. Trago essas lembranças para valorizar a pujança das lideranças tricolores, que, mesmo na época das vacas magras, souberam preservar o patrimônio construído com extremo sacrifício. Da casa alugada na Gentilândia ao Centro de Excelência no Pici, uma trajetória que pôs o Fortaleza nos novos tempos. Do futebol de improviso ao futebol planejado, do sentimento amador ao rigor profissional, dos escalões inferiores à elite nacional, avanços notáveis. A médio prazo, não será utopia sonhar com o título de campeão brasileiro da Série A. Basta ousar um pouco mais.

Ousar

É preciso sonhar alto, sem tirar os pés do chão. Buscar metas aparentemente inalcançáveis, sem fugir da realidade. Nada de precipitações. Escalonar etapas rigidamente projetadas. Certamente, grande parte dos torcedores entenderá como delírio o que estou colocando em debate. Mas não é delírio. Há coisas acontecendo que jamais o torcedor imaginou. Exemplo: Vasco, Botafogo e Cruzeiro juntos na Série B.

Para cima

Há uma transformação muito forte no futebol. Quem diria que um dia Ceará e Fortaleza teriam equilíbrio financeiro consistente, superior a muitos times grandes que vivem atolados em dívidas? Pois hoje os dois são exemplo de administração segura, planejada, dentro de um orçamento rigidamente controlado. O sucesso financeiro fora de campo poderá muito bem contribuir para conquistas de títulos nacionais.

Resposta

Os jogadores estrangeiros não estão chegando aqui por acaso, nem pelas lindas praias da cidade. Estão chegando porque as pesquisas apontam a segurança do pagamento em dia por parte de tricolores e alvinegros. Daí a possibilidade de competir com praças de poder aquisitivo maior. No mercado sul-americano é possível incursionar bem. Já no mercado europeu é mais difícil pelo peso que o euro tem.

Pai e filho

Pesquisa de Eugênio Fonseca: jogadores que atuaram no clube em que o pai era presidente. No Fortaleza, pai Otoni Diniz, filhos Dudu e Otoninho; também no Fortaleza: pai Coronel Mozart Gomes, filhos Moésio e Mozarzinho; no Guarany-S, pai Manoel Frota Carneiro, filhos Adilson e Gilson; no Ceará, pai Átila Bezerra, filho Átila; no Messejana, pai Paulo Feijó Benevides, filho César Augusto. No América, pai Heitor Ribeiro, filho Heitor Ribeiro Filho.

 



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