Começou a verdadeira Copa do Nordeste

Muitos torcedores não tiveram paciência e, bem cedo, já pediam a cabeça do técnico Enderson Moreira, que levou o Fortaleza à liderança da Copa do Nordeste

Legenda: Ceará e Fortaleza quebraram tabus históricos, no último sábado, pela Copa do Nordeste
Foto: Fausto Filho (CSC) / Thiago Gadelha (SVM)

Na coluna de sábado, vaticinei que os dois clássicos nordestinos, Sport x Ceará na Ilha e Fortaleza x Bahia no Castelão, poderiam representar a tomada de posição para tirar o marasmo dominante na Copa do Nordeste. Aconteceu. Quem acompanhou viu claramente que ali estavam quatro equipes da elite nacional. Sumiu o balão de ensaio. Entrou em campo o que foi ensaiado. Como diria o saudoso narrador Fiori Gigliotti: “Abriram-se as cortinas, torcida brasileira. Os artistas entraram em cena. Começou o espetáculo”. O Ceará engoliu o Sport. Ganhar por 4 a 0 na Ilha é exceção das exceções. E observem que o Vozão estava sem seu pulmão de aço, Fernando Sobral. Da bola parada com dois gols (Gabriel e Clebão) à bola corrida com dois gols (Mendoza e Pedro Naressi), a vitória tranquila do Vozão. Já no Castelão o reencontro do Fortaleza com seu bom futebol. Jogo equilibrado, mas revelou a evolução agora mais visível do Leão. Desta vez o Fortaleza soube se impor. Poderia até ter construído um placar melhor, mas a vitória por 2 a 1 acabou ficando de bom tamanho. Mais que a vitória, o convencimento; mais que o convencimento, a perspectiva de avanço. Agora começou mesmo. 

Equívoco 

Diante da vitória e convincente apresentação do Fortaleza, o que agora terão a dizer os que bradavam querendo a demissão do técnico Enderson Moreira? Terão de enfiar a viola no saco, reconhecendo a bobagem das precipitações. Deixem o homem trabalhar.    

O melhor 

No atual momento, o atacante David vai, gradualmente, assumindo o papel de mais importante atacante do Fortaleza. Tem velocidade e boa finalização. Vai marcando gols que lhe dão confiança. Vem também reduzindo o índice de oportunidades perdidas. Isso é bom. Tem feito a diferença.  

Recado 

O colombiano Mendoza ganha espaços e o reconhecimento da torcida e da crônica. É voluntarioso. Quer jogo. Trabalha intensamente. Daí, em poucos jogos, já colhe os frutos com gols e boas atuações. Ele tinha dado o recado quando chegou. E está cumprindo. Veio para ser tirular. 

Bola parada 

A linguagem do futebol é interessante. Nas transmissões, não raro os locutores e repórteres dizem que o time vai entrar de saída com tal formação. Como “entrar de saída''? Agora tem a tal história do gol de bola parada. Já viram bola parada em movimento? Tudo bem. A galera entende do riscado.