Tom Barros: Visível retrocesso

É na segunda volta do Campeonato Brasileiro que os clubes começam a revelar verdadeiramente quem tem fôlego para, sem perder espaço, seguir na maratona. Em quatro rodadas do returno já se vê quem está sentindo os abalos dos desgastes e precisa de urgente correção de rumo. Cito dois: Vasco da Gama e Ceará. Essas equipes, após a "virada da montanha", não sabem o que é vencer. O Vasco da Gama empatou com o Sampaio Corrêa e com o Tupi. E, como se não bastasse, foi derrotado pelo Vila Nova em pleno Estádio de São Januário e pelo Bahia na Fonte Nova. Péssima campanha após a paralisação. O Ceará também passa por sérias dificuldades: em quatro jogos do returno não sabe o que é ganhar. Coincidência ou não: times que perderam o pique após a paralisação do certame.

Recuo

O Vasco que era o senhor dos senhores, absoluto e certo como antecipadamente classificado, já hoje não tem mais tanta folga assim. Apenas quatro pontos o separam do quinto colocado, primeiro fora do G-4, o Ceará. E tem o Brasil (2º) e o Atlético (3º) em condições de superá-lo já na próxima rodada.

Superioridade

O que preocupa no Ceará é não ter mais a imagem de um time superior aos concorrentes. Assim com o Avaí (0 x 0), assim com o Atlético/GO (2 x 2), assim com o CRB (1 x 1), assim com o Paysandu (derrota por 2 x 0 em Belém). Time que não mostra superioridade tende a estacionar ou descer a ladeira. É o que está acontecendo com o Vozão.

Recordando

25 de agosto de 2006. Estádio Alcides Santos no Pici. A partir da esquerda: Valter, Osvaldo e Wanderson, durante uma preparação física. Valter atuou também no Horizonte, Ferroviário, Maracanã, Limoeiro, Itapipoca, Tiradentes, dentre outros. Osvaldo brilhou no Fortaleza, Ceará, São Paulo e atualmente joga no Fluminense. Jogou na Seleção Brasileira em 2013. Não tenho notícias de Wanderson.

Temores

Após ver a medíocre apresentação do Fortaleza em Arapiraca, fiquei a meditar sobre o desafio do mata-mata que vem por aí. Se o Leão for para a próxima etapa com o mesmo padrão que hoje ostenta, certamente encontrará terríveis dificuldades para ascender à Série B nacional. Faltam melhor empenho e intensidade.

Dormente

O Fortaleza vibrante, bem definido na proposta, parece ter sido anestesiado. Algo inexplicável aconteceu porque o elenco não mudou e o treinador é o mesmo. O que houve então para o time parecer dormente, mesmo quando chamado à luta? O futebol coletivo, que encantava, evaporou e hoje mais parece um grupo de vontades individuais.

Liderança

O preparador físico cearense, Roger Gouveia, é destaque no futebol paulista. Roger está no Guarani de Campinas, levado que foi pelo ex-técnico do Fortaleza, Marcelo Chamusca. É bom frisar: Marcelo apostou nesse profissional cearense e deu-se bem. O Guarani é líder do Grupo B da Série C nacional. E um dos motivos é a excelente condição física do grupo.

Seis. Dos chamados por Tite, há seis remanescentes do jogo que o Brasil perdeu para a Colômbia (1 x 0) em Santiago, Copa América (17.06.2015): Daniel Alves, Miranda, Filipe Luís, Philippe Coutinho, Willian e Neymar. Em 23 de março de 1957 o Brasil aplicou a maior goleada da história entre os dois países: 9 x 0. Foi no Sul-Americano em Lima, Peru. Lá estavam oito que seriam campeões do mundo em 1958 na Suécia: Gilmar, Djalma Santos, Nilton Santos, Zózimo, Joel, Didi, Pepe e Garrincha. (Dados: Airton Fontenele).

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