Tom Barros: Virada tricolor

No Castelão houve o jogo, faltou o clássico. Não se pode qualificar de clássico uma partida dominada pelas faltas propositais e sucessivas, no sentido de barrar a sequência das jogadas. O primeiro tempo truncado, pegado, não deixou o jogo fluir. O Ceará exerceu maior controle, mas não abriu vantagem. Ficou apenas no gol de Rafael Costa, de pênalti. Resultado: numa enfiada perfeita de Jean Mota, Anselmo empatou para o Fortaleza. Na fase final, o maior controle do Ceará continuou. Mandou bola na trave em chute de Serginho e perdeu outras oportunidades. Pouco o Leão foi ao ataque. Mas, quando foi, novamente o passe perfeito de Jean Mota. O passe que encontrou Núbio Flávio no lugar certo, no momento certo. A virada tricolor e a comemoração.

O lance

Na minha interpretação, não houve pênalti de Lima que o árbitro Magno Cordeiro marcou a favor do Ceará. Continuo batendo na mesma tecla: para ser pênalti tem de haver a intenção do atleta que, ao abrir os braços, visa a disso tirar proveito. Ora, Lima estava de costas para o lance. Grave erro de interpretação do árbitro.

Vantagem

O Fortaleza, com uma série de desfalques, conseguiu ganhar do Ceará. Não jogou melhor, mas ganhou. Pouco visitou a área do Ceará no segundo tempo, mas, quando visitou, fez o gol da virada com Núbio Flávio. Consequência: fica com a maior pontuação do certame estadual até aqui. Essa vantagem, se mantida, poderá pesar na decisão.

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Ontem, no Castelão, a torcida do Ceará fez justa homenagem ao saudoso ídolo Gildo Fernandes de Oliveira. A bandeira com o rosto do atleta traduziu a gratidão dos torcedores. Ato revelador do profundo respeito por quem soube honrar a camisa do Vozão, marcando sua trajetória com gols e títulos. Gildo está eternizado na história. A missa da esperança em sufrágio da alma de Gildo será amanhã, às 19 horas, na Igreja do Pequeno Grande.

Estrela

O técnico Marquinhos Santos conseguiu dois resultados que o colocam numa posição privilegiada diante da torcida tricolor. Ao ser contratado, pegaria dois seguidos desafios extremamente difíceis: Sport/PE e Ceará. Pois ganhou dos dois, além de ter sua presença na vitória do Leão em Sobral. Um começo retumbante.

Tardio

O erro de Lisca foi não exigir seu time incisivo nas conclusões. Aceitou o enganador controle sem gols e só colocou homens de frente depois que ficou em desvantagem no placar. A propósito, quanto a substituições, só Ricardo Conceição correspondeu. Assis e Siloé nem tempo tiveram para desenvolver melhor trabalho.

Destaque

Num jogo entre Fortaleza e Ceará, o destaque, segundo meu entendimento, é aquele jogador que tem papel decisivo nos lances de definição. Nesta parte, Jean Mota fez a diferença pela qualidade do passe e precisão no lançamento. No gol de Anselmo, perfeito lançamento de Jean Mota. No gol de Núbio Flávio, o passe perfeito de Jean Mota. O destaque do jogo.

Violência

Mais uma vez, confrontos e morte nas proximidades do Castelão. Os promotores das guerras entre torcidas vão em frente, deixando o rastro de sangue e medo entre os homens de bem. Estes gradualmente vão optando por ver o jogo pela televisão. E os estádios vão ficando cada vez mais com espaços vazios. Por trás desses confrontos certamente há outros interesses. Não creio seja apenas rivalidade de futebol o motivo de tanto ódio e desejo de vindita. O motivo deve ser algo muito grave.