Tom Barros: verdadeira caçada

Neymar tem seus exageros nas quedas e encenações. Todo mundo sabe. É verdade. Mas há explicação para parte disso. Muitas vezes é uma forma de defesa. É preciso um salto para se livrar das entradas violentas e assim evitar fraturas. Daí a queda. Neymar não tem o comportamento discreto de Messi nem o aspecto vaidoso de Cristiano Ronaldo: é o Neymar como o Neymar é: craque, mas provocador; talento de sobra, mas simulador. Tem habilidade para dar, emprestar, vender. Por isso mesmo Neymar é invejado. Seus marcadores temem a desmoralização por um drible sensacional. Por isso batem nele. Querem quebrá-lo. Querem parti-lo ao meio. Promovem verdadeira caçada. Inaceitável violência contra Neymar.

Vem mais

A arbitragem tem sido complacente com os marcadores de Neymar. Assim diante da Costa Rica. Assim diante do México. Tem sido assim sempre. Não se surpreendam se houver mais violência contra Neymar por parte da Bélgica. Só na porrada tentam parar Neymar. E nem sempre conseguem.

Arbitragem

As encenações prejudicam porque os árbitros acham que em tudo há simulação. Os árbitros têm de ver que não é normal sequência de faltas violentas contra Neymar, vítima de 24 em quatro jogos. Observem que nem Messi, nem Cristiano Ronaldo sofreram tantas faltas e violência. É uma caçada mesmo.

Recordando

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2012. Pelé homenageado no jogo da amizade Brasil x Suécia, Estádio Rasunda, em Estocolmo onde em 1958 ganhou o primeiro mundial pelo Brasil. A propósito de violência, na Copa 1966 na Inglaterra, Pelé foi violentamente caçado pela defesa de Portugal. O Brasil perdeu (3 x 1) e foi eliminado. Há imagens no Youtube. Tão caçado quanto Neymar.

Sequência

Quem quiser pode conferir no Youtube as matérias sobre Brasil x Bulgária e Brasil x Portugal na fase de grupo da Copa de 1966. Os búlgaros bateram tanto que Pelé sofreu séria contusão. Não jogou contra a Hungria. Jogo seguinte, os portugueses bateram tanto que terminaram de fazer o serviço.

Observação

Percebam que já estão fazendo com Neymar o que fizeram com Pelé. Expediente baixo está sendo praticado, ou seja, o revezamento de jogadores para bater no Neymar. Assim os adversários tentam evitar o cartão por duas faltas. Existe, sim, o jogo sujo na Copa. Não sejamos ingênuos.

Para cima

Se ganhar a Copa, Neymar sairá consagrado como ídolo maior. Se será eleito o melhor da competição, não sei. Seus principais concorrentes, Messi, Cristiano e Iniesta já estão fora. Mas estão aí Modric, Cavani, Mbappe, dentre outros. Nenhum, porém, tem com a bola a intimidade de Neymar.

Copa 2018

Amanhã, quartas de final, Brasil x Bélgica. Invictos. Brasil, três vitórias, um empate; Bélgica, quatro vitórias. Seleções principais: de 1963 a 2002, quatro jogos, três vitórias do Brasil, uma da Bélgica. Amistosos: 1963 em Bruxelas, Bélgica 5 x 1; 1965 no Rio de Janeiro, Brasil 5 x 0; 1988 em Antuérpia, Brasil 2 x 1. Copa do Mundo 2002, em Kobe, Brasil 2 x 0. Brasil único presente nas 21 Copas do Mundo. Bélgica presente em 13 Copas (melhor colocação: 4º em 1986). Dados: Airton Fontenele