Tom Barros: 'Vale a pena ver de novo'

Não há nada mais entediante do que a demorada espera por jogos decisivos. As notícias se repetem de tal forma que os telespectadores, leitores e radiouvintes praticamente sabem de cor e salteado o que foi, o que é e o que será dito a respeito de seu clube. Mas a paixão pelo futebol os mantém ligados, antenados, como se nada disso soubessem. É como o telespectador que se liga no "Vale a pena ver de novo". De novo mesmo não tem nada. São novelas repetidas, as mesmas histórias, os mesmos lenga-lengas. Ainda assim, para tornar a coisa bem real, o telespectador finge que não lembra. E há alguns que até se emocionam e choram. A Cléia, mãe do meu filho Marcel, é assim. Na novela repetida, ela chora como se nunca tivesse visto. Pois assim é o torcedor de futebol. E haja repetição!

Favoritos

Quem não sabe que Fortaleza e Uniclinic são os favoritos à fase final? Quem não sabe que Guarany/S e Guarani/J estão cheios de desvantagens e de problemas para tirar a diferença dos respectivos adversários. Pois todo dia se fala nisso. E todo dia os leitores, telespectadores e radiouvintes querem saber sobre isso.

Paixão

O futebol mexe e remexe com o coração do torcedor. Ele quer se alimentar de informações sobre as partidas decisivas. Pouco importa se alimentos frios, quentes ou requentados ou se dos atletas vão falar de dor de dente ou unha encravada dos, de gripe ou enxaqueca. Todo detalhe interessa. Época de decisão é assim. A paixão pelo futebol é assim.

De fora

Já disse muitas vezes que não sou contra a vinda de profissionais de outros estados para ocupar posições de comando nos clubes cearenses. Afinal, são brasileiros todos. Tudo é Brasil. Mas para isso é preciso levar em conta a competência numa análise comparativa com os profissionais aqui da terrinha.

Discriminação

Seguirão discriminados os profissionais daqui simplesmente porque aqui nasceram? Não há gente cearense capaz de gerenciar nas mesmas condições ou até em condições superiores? É bíblico: "Somente em sua própria terra, junto aos seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não é devidamente honrado".

Êxito

Não posso ser contra a vinda de bons profissionais porque também vibro quando nossos bons profissionais são reconhecidos lá fora. Coisa recente, fiquei feliz ao ver o êxito do preparador físico cearense, Roger Gouveia, contratado pelo futebol paulista. Critico apenas os dirigentes cearenses que só enxergam competência nos profissionais de fora.

Amenidades. Nesta reta final do Campeonato Cearense cito os nomes de alguns jogadores que mais chamaram atenção pela qualidade do bom futebol. No Guarani de Juazeiro, o ala Everton e o meio-campista Adenilson; no Guarany de Sobral, André Zuba, Patuta e Tininho; no Uniclinic, Enercino e Diogo; no Fortaleza, Pio com o seu canhão assustador, Everton, que cresceu muito de produção nos jogos recentes, e Anselmo, o artilheiro do certame.

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