Contagem regressiva para a realização do maior sonho tricolor dos últimos sete anos: subir para a Série B. Os pessimistas abram alas e deixem passar os otimistas. Estes trazem mensagens de vitória. Se olham para trás, selecionam só exemplos bons. Assim é o médico cardiologista Emanoel Castelo Branco Mourão, um apaixonado tricolor. Ele lembra que o número sete para o Leão é retomada. Foi assim no ano 2000, quando, após jejum de sete anos sem título estadual, o Fortaleza decidiu com o Ceará e foi campeão cearense. Hoje o Leão tem no elenco sete atletas que jogaram a final do mata-mata com o Brasil/RS: Berna, Lima, Corrêa, Pio, Everton, Daniel Sobralense e Maranhão. Domingo a decisão começará às sete da noite. Superstições? Sim, mas todas positivas.
Sete anos
O Fortaleza havia sido campeão cearense em 1992. Depois veio o longo período de sete anos sem título estadual: 1993, Ceará campeão. 1994, Ferroviário. 1995, Ferroviário. 1996, 1997, 1998, 1999, Ceará. O Fortaleza jogava pelo empate para ser campeão em 2000. E empatou o jogo final (1 x 1) em Sobral, gol de Daniel Frasson.
Nome de profeta
No atual elenco do Fortaleza há também um Daniel. Um Daniel fazedor de gol e ganhador de título. Tudo bem, pode ser apenas coincidência ou mesmo superstição, mas, como lembrou o médico Emanoel Castelo Branco Mourão, predomina um pensar positivo. Taí Daniel Sobralense. Mentalização do êxito, do sucesso.
Subir. Pensar alto. Anselmo com a força de um leão. Leão com a força de Anselmo. É a pregação forte, mas sem soberba. Respeitar o adversário, sem o temer. O Fortaleza mais que nunca sabe que a construção da vitória passa pela meditação, pela paciência, pela constância, pela confiança. Tudo a seu tempo. Jamais desespero, ainda que sofra um gol primeiro. O caminho do equilíbrio emocional é o único que o levará à vitória. Acreditem nisso.
Dignidade
O Ceará ornamentou a sua história com notáveis conquistas. E assim o contemplo desde quando o vi jogar pela primeira vez em 1957. Não pegaria bem ao Vozão ingressar numa competição pelas portas dos acordos reprováveis. Fica a impressão de que está querendo entrar por meios escusos, fato que deslustra a história do clube.
Limpo
Ao Ceará, por sua grandeza, somente será correto conquistar vagas em campo. Qualquer composição, fora disso, quebrará a transparência. Narrei o Nordestão de 1969, grande conquista alvinegra. Título limpo, em campo. Não gostaria de ver o Ceará, sob o olhar das desconfianças, disputar a Copa do Nordeste 2017.
Recordando
1969. Inesquecível título do Ceará, campeão do Torneio Norte-Nordeste. Ganhou a vaga em campo. Campeão em campo. Zagueiro Laudenir na festa de entrega das faixas. Laudenir após encerrar a carreira, passou a morar no Rio de Janeiro. Formou-se em Direito. Advogou. Venceu na vida. Morreu há alguns anos. (Colaboração de Elcias Ferreira).
Decência. A Copa do Nordeste estará fadada ao descrédito se aceitar composições estranhas para inclusão de quem quer que seja. Uma competição só se torna respeitável se não admitir tramoias entre os participantes. Dirão certamente que o critério "hereditário" por desistências dos times antecessores não fere o regulamento. Pode ser. Entretanto, as desistências não poderão ser nebulosas. Se não houver muito rigor nesta parte, a lisura da Copa do Nordeste será sempre questionada daqui para frente.