Tom Barros: Sem estresse

Os fatos inusitados e abruptos causam espanto inicial, mas depois conduzem a uma reflexão. Diante de situações assim há comum sequência na atitude humana: no primeiro momento, imobiliza-se; no segundo, reage; no terceiro, busca a solução. O Fortaleza resolveu: Hemerson Maria. Hoje tem Internacional/RS no Castelão pela Copa do Brasil. Fortaleza sem estresse. Nada de afobação num jogo que, pelas circunstâncias, pode ser olhado com indiferença. Se der para ganhar e classificar, ótimo. Se não der, nenhum prejuízo, pois já é o que todos esperam, haja vista a vantagem aberta pelo Inter no jogo de ida. Jogo para Hemerson ter o primeiro contado. Um cartão de visitas de luxo, apesar de o Internacional ter campanha pífia na Série A.

Avaliação

Não há como menosprezar o Internacional porque está na zona de rebaixamento da Série A. Foi por um erro de avaliação assim que o Fortaleza se deu mal no jogo de ida em Porto Alegre e tomou 3 a 0. O nível da primeira divisão ainda é bem superior ao das demais séries. E é assim que tem de ser avaliado o visitante.

Deixar correr

Ao Fortaleza cabe fazer deste jogo um laboratório. Sem precipitações, deixar correr. E disso tirar proveito, testando antecipadamente a equipe diante da chamada escola gaúcha de futebol, ou seja, de marcação pesada e muito preparo físico. Isso faz sentido porque o Juventude é integrante dessa escola. Aliás, escola que Hemerson conhece muito bem.

Recordando

Década de 1970. Time do Tiradentes (Associação Esportiva Tiradentes). A partir da esquerda: Edson Porto, Gonzaga, Mundinho e Júlio Porto. Detalhes: Gonzaga morou muitos anos na Gentilândia. Meu amigo, gente boa. Mundinho jogou também no Fortaleza, sendo campeão cearense em 1969 pelo Leão. Ele é pai do ex-zagueiro da Seleção Brasileira, Júnior Baiano. Não sei onde estão Edson e Júlio. (Colaboração de Elcias Ferreira).

Afobação

Enquanto o Ceará não se reencontrar com a vitória, haverá uma agonia na busca de um resultado melhor. Lances simples, que seriam executados normalmente, transformam-se em passes errados, motivados pela ansiedade e afobação. Se não controlar a parte emocional, o vexame passará de jogo para jogo. Aí está o risco.

Esperança

Apesar de ter ficado só no empate com Luverdense, de positivo restou a retomada da esperança porque o time jogou bem. Recuperou o futebol da primeira volta que o fez notável, confiante, líder (embora de passagem) e vice-líder. Com a volta da qualidade, também deverão voltar os gols e a vitórias. Pelo menos teoricamente é para ser assim.

Responsabilidade

Bill assumiu a culpa pelo insucesso diante do Luverdense, justo porque desperdiçou três ótimas chances de gol. Atitude elogiável. Entretanto, pelo menos na minha avaliação, não há um culpado. A rigor, o insucesso sempre será divido com o grupo todo, assim como o êxito também com todos do grupo será divido. Mas a atitude do Bill merece elogios.

Curiosidade. Pesquisador Eugênio Fonseca mandou-me informação interessante: este ano, o Flamengo só jogou uma vez no Rio/RJ: foi no dia 14 de fevereiro na derrota para o Vasco (1 x 0) em São Januário. Os demais foram em Fortaleza, Recife, Vitória, Brasília, Aracaju, São Paulo, Juiz de Fora, Porto Alegre, Campinas, Florianópolis, Belo Horizonte, Natal, Salvador, Curitiba, Cuiabá, dentre outras cidades. Time itinerante. Tudo isso porque o Flamengo, o maior time do Brasil, não tem um estádio. Inadmissível!

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