O Fortaleza encontrou em Caxias do Sul as dificuldades previstas. O Juventude é um time de força física e exercitou melhor domínio, mas nada além disso. Adotou modelo ofensivo com Roberson, Romarinho e Hugo, proposta que o Leão soube neutralizar nos momentos certos. O Fortaleza, mais prudente, cuidou de sair em contra-ataques. E teve alguns momentos bons com Anselmo e Daniel Sobralense. Este, inclusive, autor de um gol legítimo que foi anulado. Quem ficou devendo foi Rodrigo Andrade. Na fase final, o JU apertou mais, colocando Felipe Lima e Caion. O Fortaleza demorou a neutralizar, mas voltou a equilibrar quando Hemerson Maria colocou Pio e Leandro Lima. Pio fez duas perigosas conclusões. Leandro melhorou o trabalho na frente. O empate foi justo.
Agradou
A postura do Fortaleza me agradou. Compacto com Juliano e Corrêa atentos à marcação. Daniel e Everton ocupavam os espaços, mas também tramavam na frente quando as condições permitiam. Diria que faltou ao Leão um pouco mais de velocidade. Mas a força física do futebol gaúcho, ganhando divididas, dificultou essa parte.
Jogo de volta
Dá para o Fortaleza ganhar aqui. Só não ganhou lá por um grave erro de arbitragem. O gol de Daniel foi legal. Se o Fortaleza jogar o que sabe e não trouxer fantasmas passados, poderá, sem afobações, construir a vitória. O preparo psicológico e o controle emocional serão fundamentais neste jogo de volta. É pensar positivo.
Recordando
1972. Duran, jogador do Calouros do Ar na época em que o então time da Base Aérea de Fortaleza contratou um grupo de jogadores de expressão. Duran teve também destacada passagem pelo Ferroviário. Duran foi um atleta combativo e de ótima visão de jogo. Nesse time do Calouros ele jogou ao lado de Gildo, o maior ídolo do Ceará, de Facó (notável artilheiro), Mesquita (lateral direito que foi ídolo do Fortaleza). (Acervo de Elcias Ferreira).
Ansiedade
Hoje, no Castelão, o Ceará terá dois adversários. Primeiro, o Joinville; segundo, a ansiedade. Se não controlar a ansiedade, terá dificuldade para vencer. Se controlar, terá ampliada a chance de vitória. Uma coisa está intrinsecamente ligada à outra. O caminho da vitória alvinegra passa necessariamente pelo controle emocional.
Até o líder
A ansiedade atrapalha até quem lidera. Cuca, técnico do Palmeiras que é líder, fez advertência ao grupo: "É só não criar uma ansiedade exagerada. Temos de jogar com naturalidade. O nosso segundo turno tem sido melhor que o primeiro. As coisas não virão antes do tempo. Só virão no dia 4 de dezembro. Antes disso não chegará nada". Logo...
Exceção
Sérgio Soares tem resistido às turbulências. No Ceará nenhum técnico permaneceu tanto tempo, passando assim tão longo período sem vencer. É a exceção das exceções. Se der a volta por cima e levar outra vez Ceará ao G-4, Sérgio será o único a ter tido tamanha oportunidade. Que saiba, pois, disso tirar proveito, silenciando os que há muito pedem a sua cabeça.
Reflexão. Se não for pedir muito, seria possível o Ceará não mais exercitar o papel de ressuscitador, sendo excessivamente generoso com os times que estão na zona de rebaixamento? É bom lembrar que, se não ganhar do Joinville, o alvinegro verá sumir na distância os times que já o ultrapassaram. E aí ao Vozão restará apenas o consolo de não correr o risco de rebaixamento. Frustração das frustrações, máxime para quem, convicto, virou o turno na esperança de ascensão.