Até quando o torcedor terá de conviver com a triste sina cearense de, no futebol, levantar defuntos? É incrível como os times daqui gostam de tirar da última colocação quem já está arquejando. O Ceará foi balão de oxigênio para o agonizante Tupi. Deu-lhe respiração artificial, depois respiração natural e, finalmente, a energia da sobrevivência com três pontos. O Tupi fez a festa que deveria ter sido do Ceará. Aí deu o inverso: o Vozão, que sonhou com a liderança, não chegou lá. E o Tupi, que o Ceará queria atolar na lanterna, escapou. Por mais paradoxal que pareça, são maiores os temores diante dos últimos colocados que dos primeiros. Virou complexo. Aterroriza mais enfrentar os da zona de rebaixamento que os da zona de classificação. Inexplicável, inaceitável. E tome frustração.
Ritmo
O Ceará precisa sustentar o ritmo de jogo. Se assim não for, terá sérios problemas. Por exemplo: diante do Tupi foi senhor dos senhores nos 25 minutos iniciais. Depois, porém, foi gradualmente reduzindo para marcha lenta um veículo que iniciou a 100 km/h. Manter por mais tempo a intensidade será um dos desafios da equipe.
Consequências
A derrota revela defeitos que as vitórias encobrem. Se o Ceará tivesse conquistado três pontos em Minas e alcançado a liderança temporária da Série B, ninguém cobraria mais da meia-cancha. Ninguém cobraria mais dos laterais ou alas. Com a derrota, as críticas e pressões cresceram, ainda que o time esteja numa boa posição.
30.03.1974. Jogo Ceará 0 x 1 Corinthians no Castelão em Fortaleza. A partir da esquerda (em pé): Pescuma, Armindo, Wagner, Tião, Galli e Vladimir. Na mesma ordem (agachados): Vaguinho, Washington. Roberto, Adãozinho e Marco Antonio. Nessa equipe dois jogadores que foram tricampeões mundiais pela Seleção Brasileira no México: Roberto Miranda e Marco Antonio. (Colaboração de Elcias Ferreira).
Mérito
O Remo ganhou com méritos. E poderia ter feito até um placar maior, haja vista o predomínio de Levy, Hericles, Eduardo Ramos, Edno e Ciro, que desfilaram como bem quiseram pelo campo tricolor. Em momentos o Fortaleza ficou na roda, atônito, sem saber o que fazer, máxime no segundo tempo. Uma noite em que nada deu certo para o Leão. O Fortaleza parece um time sempre em busca de nova identidade.
Observações
Procuro o Fortaleza que há pouco tempo vi homogêneo, compacto, mas não o encontro mais. // Tive pena de Elivelton, engolido nas investidas do Remo pela direita. // No momento Felipe não se mostra à vontade na meia. Fez só uma bela jogada. Joga mais lépido na ala. // Como a transição tricolor ruiu, Anselmo sofre na frente. Na única conclusão, cabeçada embaixo, Fernando Henrique tirou com o pé.
Derrota
Além de perder o jogo para o Remo (2 x 0) em Belém, o Fortaleza viu novamente contundido o atacante Everton, peça fundamental no modelo adotado pelo time. Se o Fortaleza já estava em dificuldades com Everton em campo, a situação ficou muito pior e deteriorou-se de vez quando ele, contundido, teve de ser substituído. Mais uma dor de cabeça para Marquinhos Santos.
Olimpíada 2016. Dia 4 de agosto próximo, em Brasília, Brasil x África do Sul seleções masculinas. Na primeira fase, ainda teremos: no dia 7 de agosto, também em Brasília, Brasil x Iraque. E no dia 10 agosto, em Salvador, na Bahia, Brasil x Dinamarca. A Seleção Brasileira, em 12 Olimpíadas (1952/2012), ganhou cinco medalhas: três de prata (1984/Los Angels; 1988/Seul; 2012/Londres) e duas de bronze (1996/Atlanta; 2008/Pequim). Foram 54 jogos, 31 vitórias, 7 empates, 16 derrotas. (Dados Airton Fontenele).