O Ceará começa hoje a sua longa caminhada rumo à Série A 2017. Renova o sonho de voltar à elite nacional, onde esteve em 2010 e 2011. Passou dois anos na mais importante competição do país. Depois desabou. Desde 2012 permanece na "B", lugar não compatível com a grandeza de sua história e tradição. Ainda não dá para se ter uma ideia precisa a respeito do nível dos clubes disputantes. Todos estão vindo dos campeonatos estaduais, tidos e havidos como menos competitivos. Mas não se pode tomar isso ao pé da letra. Não raro times que não foram bem nas disputas domésticas surpreendem nas competições maiores. Não é o caso do Paysandu, adversário do Vozão hoje, pois o Papão foi campeão paraense e campeão da Copa Verde. Portanto, vem cheio de moral.
Segunda vez
O técnico Sérgio Soares tem a missão de subir o Ceará. É a segunda chance. Na primeira, em 2013, esteve a um ponto da ascensão, mas cometeu equívocos de percepção. Com um time superior onde estavam Ricardinho, Rogerinho, Lulinha, Mota e Magno Alves, perdeu no Castelão para o Joinville (0 x 3). É hora de se redimir.
Exposição
Em 2013, Sérgio Soares pecou nos jogos decisivos. Quis jogar de igual com o Palmeiras/SP e tomou 4 x 1. Completou seu equívoco na citada derrota para o Joinville. Sérgio segue com a filosofia ofensiva. Ótimo. Mas cuidado para não tropeçar na mesma pedra. Mais experiente, creio, saberá agora dosar melhor suas propostas de jogo.
Contra a jogatina
Time do Fortaleza quando derrotou o Uniclinic e sagrou-se bicampeão cearense 2015/2016. Oportuna também a mensagem registrada: "A jogatina vicia, diga Não aos jogos de azar". Esse vício leva à ruína pessoas e famílias. Ruína moral e financeira decorrente da dependência que provoca desvios de conduta. Ainda há tempo: lute contra a regularização da exploração de jogos de azar no Brasil.
Trégua
O Fortaleza não tem jogos oficiais neste fim de semana. Merecida trégua, após saborear como ainda saboreia a conquista do bicampeonato estadual cearense. Concentração de esforços agora, visando à partida com o Flamengo, dia 18, em Volta Redonda e depois, dia 23 de maio, já estrear em casa na Série C diante do River/PI.
Os dez
No grupo do Fortaleza na Série C estão Cuiabá/MT, Remo/PA, Asa/AL, Confiança/SE, América/RN, ABC/RN, River/PI, Salgueiro/PE e Botafogo/PB. Não vejo problemas para a classificação tricolor, visando às quarta-de-final, ou seja, a fase mata-mata. E esta deverá ser encarada sem os complexos anteriores.
Lição
Na Série B 2015, o Ceará passou momentos dramáticos. Viu o abismo da Série C abrir-se à sua frente. Patinou no despenhadeiro, mas, antes de espatifar-se no pedregoso chão do rebaixamento, foi salvo pela corda mágica do técnico Lisca que o laçou. Lisca virou herói, mas não escapou da decola após tropeços no "estadual" e Copa do Nordeste. Voltas da vida.
O mata-mata. O Fortaleza tem amplas condições de passar como líder às quartas de final da Série C 2016. Se não for líder, no mínimo como segundo colocado. Aí virá a fase mata-mata que virou tabu após tantas tentativas em vão. Espantar esse trauma é uma necessidade. O complexo tem gerado embotamento no Leão quando chamado a definir assim. Missão agora de Marquinhos Santos: trabalhar a força mental dos atletas para ultrapassar essa inexplicável barreira psicológica.
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