Tom Barros: Reflexões sobre um ídolo

Tenho visto encostado, como imprestável, o atacante Magno Alves, ídolo que edificou a sua história com trabalho e dignidade. Embora Chamusca tenha dito que o aproveitará na Série B, Magno ainda é olhado por alguns como inútil. Tal situação acontece porque seus gols sumiram. Mas por que sumiram? Porque todo o time do Ceará estava em crise. Tanto é verdade que mudaram de treinador. Agora, que houve a melhora de produção com Chamusca, não vejo a utilização do talento de Magno, quando muitos quebram a bola na linha de frente do Vozão. Ou não foi assim no segundo tempo da sofrida e minguada (1 x 0) vitória sobre o Náutico? Sei que esse assunto incomoda muita gente. Por isso mesmo resolvi abordá-lo.

Reserva

Entendo e acho certo que Magno não seja titular, já por motivos óbvios. Mas sua contribuição na fase final, com a qualidade do passe e o talento diferenciado, poderia ser estrategicamente muito bem aproveitada. Sábio o técnico que consegue extrair o melhor de veteranos com talento assim.

Exemplo

Lembro de Romário, já quarentão, dando seu recado no Vasco. Não participava de todos os treinos nem de todas as viagens. Jogos selecionados. Isso evitava o desgaste. Utilização inteligente. Assim poderia ser feito com Magno. Assim são tratados os ídolos. Assim são respeitados os ídolos. Taí belo exemplo.

Recordando

Recordando 30-08-2017

Década de 1940. Time do Fortaleza. O colaborador Nonato Holanda enviou-me esta rara foto do Fortaleza. Ele identificou apenas o famoso Jombrega, que é o terceiro em pé a partir da esquerda. Peço aos pesquisadores Eugênio Fonseca, Nirez Filho e Airton Fontenele os nomes dos demais. Bem diferente o uniforme do Fortaleza.

Palavra

Não tomem as minhas palavras sobre Magno Alves como crítica a Chamusca ou à diretoria do Ceará. Não, não. Tomem como reflexão para ser friamente analisada. Ainda que discordem da minha opinião, não custa nada observá-la com isenção. Quem sabe isso não os levará a uma justa revisão de conceitos...

Sem desespero

É natural que as apreensões no Fortaleza tenham aumentado após o tropeço diante do CSA. Se o mata-mata já era temido, ficar fora do próprio mata-mata passou a ser um temor ainda maior. Mas não adianta desespero. Isso só atrapalha. Vira sofrimento antecipado de um fato que sequer aconteceu.

Liderança

Parece faltar ao Fortaleza um líder nato em campo. Um atleta capaz de se impor, não pelo grito, mas pela respeitabilidade. Não seria o caso de Marcelo Boeck assumir tal função? A carência de liderança em campo pode comprometer o desempenho quando as dificuldades são além das previstas.

Percalços. Os principais perseguidores do Fortaleza que estão fora do G-4 são, pela ordem, são Cuiabá, Salgueiro e Confiança. O Cuiabá enfrentará o Moto (luta contra o rebaixamento) em São Luís e o CSA (já classificado) em Cuiabá. O Salgueiro enfrentará o CSA em Maceió e o Remo em Belém. O Confiança enfrentará o Fortaleza em Sergipe e o Asa (lanterna) em Arapiraca. Portanto, cada um com suas dificuldades. O Fortaleza está em terceiro lugar e depende só de si. Dureza e indefinição, exceto para Sampaio e CSA.