Não conheço nenhum outro país como a Alemanha. Lá estive três vezes. O maior tempo foi na Copa de 2006, quando permaneci por 45 dias. Um povo que ganhou a minha admiração por sua disciplina, respeito, educação e cultura. Um país onde a segurança é máxima. No futebol, deixou uma cicatriz no coração dos brasileiros. Cicatriz maior que a do Maracanazo deixada pelo Uruguai em 1950. Assim, ainda com o amargo gosto da decepção dos 7 a 1 em Minas é que o Brasil entrará em campo hoje em Berlim. Não se tratará de vingança. Não, não. Mas um ajuste com o mundo para mostrar que nós retomamos a confiança e o caminho da vitória. E que poderemos outra vez voltar ao topo do mundo quando da Copa da Rússia.
Não há vingança
No futebol não existe revanche ou vindita em determinadas situações. Por exemplo: jamais o Brasil vingará a derrota para o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950. Poderá ganhar do Uruguai mil vezes, até numa decisão de Copa do Mundo em Montevidéu, mas nunca apagará o Maracanazo.
Dor perene
O Brasil poderá ganhar mil vezes da Alemanha, até por 7 a 1 numa semifinal em Berlim, Munique ou outra cidade alemã qualquer, mas jamais apagará a frustração vivida no Mineirão, em Belo Horizonte, quando o Brasil foi eliminado da Copa 2014. Para esse tipo de derrota não há vingança. É dor perene. Jamais será apagada.
Recordando
1958. Rara foto da Seleção Brasileira sem Orlando, Garrincha e Pelé. Contra quem teria sido esse jogo? Só mesmo Airton Fontenele para descobrir. A partir da esquerda (em pé): De Sordi, o massagista Mário Américo, Bellini, Dino Sani, Gilmar, Nilton Santos e Zózimo. Na mesma ordem (agachados): Joel, Moacir, Vavá, Dida e Zagalo.
Local
Deixando de lado um pouco a Seleção Brasileira, eis que mais uma vez tudo leva a crer numa decisão do Campeonato Cearense entre Ceará e Fortaleza. Só mesmo uma zebra monumental ou duplas zebras monumentais poderão mudar o que parece definitivamente estabelecido pela lógica das coisas.
Fragilidade
A rigor, não imaginei que seria tão fácil aos favoritos Ceará e Fortaleza a passagem com sobras na primeira rodada das semifinais. O Uniclinic foi pusilânime todo. O Floresta ainda esboçou alguma reação na fase final. Mas os dois bem abaixo do esperado, já pelo que tinham mostrado antes.
No lucro
Nos jogos entre as seleções principais do Brasil e da Alemanha, contusões têm impedido Neymar de enfrentar os germânicos. Assim na Copa 2014, assim agora. Mas Neymar está no lucro. Dele o gol de pênalti que deu o primeiro ouro olímpico no futebol ao Brasil, justo na decisão com a Alemanha no Maracanã.
Seleção. Hoje, às 15h45, no Estádio Olímpico em Berlim, amistoso entre dois favoritos ao título da Copa do Mundo de 2018 na Rússia: Brasil x Alemanha. É o primeiro encontro desde que há quatro anos o Brasil sofreu a mais humilhante goleada de sua história: 7 a 1 para o alemães. De 1992 a 2014, dez jogos, cinco vitórias do Brasil, três da Alemanha, dois empates. Na atual equipe de Tite, há quatro remanescentes daquela goleada de 7 a 1: Marcelo, Fernandinho, Paulinho e Willian. (Dados: Airton Fontenele).