Tom Barros: Recordando

1988. Fortaleza. A partir da esquerda (em pé): Caetano, Freitas, Marcelo, Erivando, Zé Luís e Sabiá. Na mesma ordem (agachados): Gilson, João Luiz, Fernando Roberto, Frank e Alberto. Não confundir Sabiá com Lúcio Sabiá, já falecido. Não sei o destino da maioria desses atletas. Freitas, até recentemente, trabalhava numa empresa de segurança. Caetano tem dois filhos que atuam na Europa. (Coleção de Elcias Ferreira)

Hora de reformar

Apesar do poder de voto que os clubes adquiriram para definir os novos rumos do futebol brasileiro, fato agora possível pela medida provisória 671, noto hesitação por parte dos dirigentes, máxime os da Série B, quando chamados a agir. Todos parecem presos e submetidos a pressão na hora de opinar. Permanece a dependência da maioria. Não compreendo a razão disso. Foi a conclusão que tirei após ler opiniões de vários presidentes de clubes da "B", dentre os quais Luís Carlos, do Paraná; Alberto Maia, do Paysandu; Sérgio Frota, do Sampaio Corrêa; Alírio Lima, Santa Cruz; Robinson de Castro, Ceará; Raimundo Viana, do Vitória; e Marcelo Sant'Ana, do Bahia). Parece que só agora começam a despertar para a nova realidade. E ainda não sabem o que fazer.

Mudança

Há pouco tempo a CBF era intocável, blindada. O autoritarismo decorria mais da pusilanimidade dos dirigentes das federações, que se acomodaram, do que de imposições do presidente da entidade maior. Se os clubes não assumirem o papel que lhes cabe nesta nova conjuntura, deixarão passar a maior chance de reforma de todos os tempos.

Gestão

O futebol brasileiro clama por mudanças em todos os segmentos, dentro e fora de campo. A gestão participativa com os clubes alterará de forma substancial o modelo de comando único, isolado, que permitiu o estabelecimento quase perpétuo de uma cúpula dominadora. Daí o descambar para a corrupção que só trouxe ruína.

Nível

Dizem alguns que o Campeonato Cearense não serve de referência para preparação, visando a competições maios fortes, porque seu nível situa-se muito abaixo do nível das disputas nacionais. Eu já entendo que, mesmo com essa diferença, quem faz um "estadual" no capricho tem tudo para se dar bem nos demais certames.

O contrário

Também entendo que, quem não consegue montar sua equipe no certame estadual sentirá muitas dificuldades nas demais competições. Motivo simples: montar o time com os certames nacionais já em andamento é como quem tenta subir num ônibus em movimento: pode até conseguir, mas assumirá sério risco.

Resultados

Na entrevista que Magno Alves concedeu a Mariana Sasso (TV Diário), ficou claro que sua felicidade em 2015 restringiu-se ao título de campeão da Copa do Nordeste que ele conquistou com o Ceará. Depois vieram a insatisfação pela perda do penta e uma temporada de poucas chances no Fluminense. Não foi um ano como ele queria. Quanto a vir para o Ceará, nada feito.

Os bobinhos. Existe um motivo a mais para a referência elogiosa que há alguns dias fiz a Daniel Alves. Diferente de ídolos bobinhos, cheios de banca e fricotes, Daniel gosta de brincar com os fãs e atendê-los bem. De propósito, não raro usa roupas extravagantes e pinta os cabelos com cores chocantes só para provocar. E fica esperando a reação. Ele, apesar de tantas vezes campeão pelo melhor time do mundo, o Barcelona, jamais se deixou levar por pose desnecessária. Daniel é agradável. Não é bobinho. É bom.

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