Tom Barros: 'Recompondo forças'

Os efeitos de mais uma eliminação na Série C ainda perdurarão por alguns dias no Pici. Mas o tempo cuidará de repor as coisas nos devidos lugares. O Fortaleza está acima dessas vicissitudes. O Fortaleza segue. E seguirá pacientemente até o dia em que, de forma natural, superará a inexplicável barreira que se estabeleceu em seu destino. É algo espantoso porque não tem explicação terrena. É algo como que sobrenatural que trava, que anestesia, que embota, que paralisa. Nesta minha vida de 51 anos de batente nunca vi situação igual. Vai tudo bem na primeira fase. Depois desarruma. Como ultrapassar esse complexo que aumenta a cada ano? Resposta simples: jamais se deixando quedar pelo desânimo e pela descrença. Um dia essa expiação chegará ao fim. Sob o Sol, nada é eterno.

Mesma pedra

Em 2015, Pio, com seu poderoso canhão, ficou no banco nos matas-matas e só entrou quando o Leão já estava em desvantagem. Chamusca foi muito criticado por isso. Agora tudo se repetiu. Hermeson Maria cometeu o mesmo erro. E o Fortaleza tropeçou na mesma pedra. Quanto a isso, não foi coisa do além. Foi teimosia mesmo.

Cabeça fria

A diretoria do Fortaleza não deve tomar agora qualquer decisão mais significativa sobre o futuro do clube. Cabeça-quente quase sempre leva a precipitações. É melhor dar um tempo para, com serenidade, cuidar do planejamento. Em situação assim é penoso o recomeçar. Mas é preciso recomeçar. E com muita fé, sempre.

Recordando

1978. Irmãos Edson Porto e Júlio Porto, quando aturam pelo Tiradentes no Campeonato Cearense. Não tenho notícias dos dois. A propósito, no futebol cearense houve a passagem de vários irmãos em ação. Nas décadas de 1950 e 1960, os irmãos Moésio e Mozart, crias do Fortaleza. Também na década de 1950, Maurício Gafieira e Pepeta no Gentilândia. Na década de 1970, Jorge Costa e Da Costa no Ceará. (Acervo de Elcias Ferreira).

Produção

O ano 2016 vai caminhando para o fim. Nestes últimos meses que restam, há poucas esperanças de retomada do Ceará. Os resultados recentes minaram os sonhos de Série A. A distância em pontos para o G-4 não é tão grande, mas enorme é a oscilação em comparação com os concorrentes diretos. Isso é o que complica.

Surpresas

O que ainda pode trazer alguma esperança de subida do Ceará para o G-4 é a possibilidade de resultados inesperados. São as chamadas surpresas. O futebol ainda é o esporte no qual acontece o maior número de zebras. Mas, se a lógica predominar com o inconstante futebol do Vozão, a tendência será mesmo a permanência na B.

Europa

O professor Neto, observador técnico do Fluminense/RJ e comandante das categorias de base do Estação aqui de Fortaleza, fará estágio em grandes times na Europa: Barcelona e Real Madrid na Espanha e Belenenses e Beira Mar em Portugal. Busca aprimorar conhecimentos, visando a aplicá-los aqui no retorno. Sucesso, amigo.

Eliminatórias. Hoje, em Mérida, 10ª rodada, Venezuela (lanterna, dois pontos) x Brasil (2º, 18 pontos). De 1969 a 2015, seleções principais, 23 jogos (20 vitórias do Brasil, uma da Venezuela, dois empates). A única vitória da Venezuela foi em 2008, amistoso em Boston, 2 x 0. Do atual elenco, Daniel Alves foi o único que atuou nessa derrota. O último encontro entre ambos pelas eliminatórias foi em Fortaleza em outubro de 2015. Deu Brasil 3 x 1, sem a presença de Neymar, que agora também está suspenso. Tite busca sua quarta vitória. (Dados de Airton Fontenele.).