Tom Barros: Quimeras e quimeras

Vocês lembram daquele jogo em que o CRB deu um banho de bola no Ceará, mas acabou perdendo por 3 a 0? Foi em Maceió. Uma das maiores injustiças do futebol. Mas a realidade acaba se estabelecendo com o passar do tempo. Hoje, o CRB é o oitavo. Passou do Ceará. O Brasil/RS passou. O Criciúma passou. O Bahia passou. O Náutico passou... E passaram sem pedir passagem. Foram passando. E passando. Hoje, no Castelão, o Ceará recebe o Bragantino. Se ganhar, volta a sonhar. E assim, de ilusões e desilusões, seguirá ao resto da missão. Na torcida, observo, já não há mais tanta esperança senão aquela que teimosamente, nos recônditos do coração, fica como chama de vela ao vento: ao sopro forte, quase apaga; ao sopro fino, volta a ficar bem acesa.

Na zona

O Bragantino faz pífia campanha. É o 17º, primeiro da zona de rebaixamento. Mas surpreendeu na rodada passada ao ganhar do Criciúma (2 x 0). Missão: evitar o rebaixamento. É a quinta vez que Marcelo Veiga o dirige. Aliás, assumiu o cargo no jogo de ida contra o Ceará em Bragança Paulista. Foi empate (1 x 1).

Conhecidos

No Bragantino, o técnico Marcelo Veiga que, como jogador, aqui atuou no Ferroviário (1988/89) e no Fortaleza (1997). Ele foi técnico do Ferroviário em 2004. Na zaga, está Diego Sacoman, que alternou bons e maus momentos quando jogou pelo Ceara em 2010/2011. Na função de líbero, Sacoman adapta-se muito bem.

Recordando

1974. No PV, festa de entrega das faixas ao Fortaleza, campeão cearense. A partir da esquerda: Zé Carlos, Chinesinho e Amilton Melo. Detalhes: Zé Carlos foi um meia notável. Jogava com elegância. Amilton, craque campeão pelo Ferroviário, Fortaleza e Ceará, brilhou no Atlético/MG. Chinesinho era pulmão de aço. Tinha fôlego fora do comum. Amilton morreu em julho de 1997. Chinesinho morreu em 2009.

Mistério

Mais uma vez Sérgio Soares oculta o modelo que adotará. Direito dele. Mas não é difícil antever o que o Vozão terá de fazer logo mais: um time para frente, como explicou o volante Diego Felipe, até porque não há outra opção para quem precisa ganhar os sete jogos que lhe restam. A volta de Richardson dará mais consistência à meia-cancha.

Na frente

Gostei mais do Ceará na derrota para o Náutico do que do Ceará no empate com o Oeste na Arena Barueri. Não sei hoje, com a ausência dos alas titulares. Entretanto, vejo que os substitutos nas alas poderão manter o padrão. Preocupação mesmo é com o ataque. Os erros na frente, nas conclusões, chegaram a um nível inaceitável.

Articulação

O conselheiro do Fortaleza e jornalista, Sílvio Carlos Viera Lima, é voz muito respeitada sempre que há articulações, visando a um repensar no Fortaleza. Sílvio foi presidente campeão tricolor e tem história no clube, onde ocupou também diversos cargos diretivos. De grande valia será sua participação no atual momento vivido pelo time tricolor.

Risco. A cada dia os campeonatos estaduais, que tanto defendo por entendê-los origem de tudo, perdem força. Noto que o próprio público não mais se interessa por esse tipo de disputa, exceto nas finais. Com a saída do Icasa (rebaixado) e a ausência do Ferroviário, que segue na segundona local, a disputa ficará menos atraente. Se continuar assim, desabará andar por andar, ante a contemplação inerte dos que já se conformam com a possível extinção dos "estaduais" nos próximos anos.

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