Tom Barros: Problema é a transição

O Fortaleza, decididamente, ainda não reencontrou o modelo ideal de transição, ou seja, saída da defesa ao ataque como na época em que Jean Mota e Dudu Cearense ajustaram bem esse trabalho. Portanto, o desafio maior do técnico Marquinhos Santos é reencontrar o elo que foi dinâmico, rápido, preciso, eficiente. Hoje é nítida a luta do treinador para recolocar o Leão nas mesmas condições anteriores, mas até agora, apesar de todo o esforço, Corrêa, Pio, Rosinei, Felipe e Everton, que voltou contra o América, ainda não alcançaram a sintonia desejada. Resultado: o Fortaleza, que antes conseguira a transição bem definida, agora fica a tatear, vacilante mesmo, entre o que tinha e o que tem, entre o que era e o que é, sem fixar claramente o novo rumo.

Resistência

Tenho feito observações favoráveis ao Ferroviário porque entendo que é uma obrigação de todos a luta para não deixar o time coral chegar à extinção. O Ferroviário é história. Louvo, pois, a bravura de Lula Pereira que se mantém na linha de frente do Ferrão, a despeito de todos os contratempos e incompreensões de diversos órgãos ligados ao futebol.

Adversário

O Remo, adversário do Fortaleza amanhã em Belém, fez três jogos em casa e não ganhou nada. Perdeu para o Asa (0 x 1), empatou com o Confiança (0 x 0) e empatou com o ABC (1 x 1). Portanto, tentará a primeira vitória no Mangueirão, justo diante do Fortaleza. Já fora de casa ganhou do River e do Confiança e empatou com o Cuiabá.

Administrar

Caberá ao técnico Marquinhos Santos administrar com inteligência o novo momento vivido pelo Leão. Descobrir onde cada nova peça melhor se ajustará é tarefa delicada porque demanda tempo até chegar à automação. Até lá, a torcida também precisará do exercício da paciência que no futebol lamentavelmente é muito curta.

Recordando

28 de junho de 2006. Assim se passaram dez anos. Estádio Carlos de Alencar Pinto. Treino do Ceará Sporting Club. A partir da esquerda: Gustavo e Luís Fernando. Detalhes: depois que deixou o Ceará, Gustavo jogou no Remo, Caxias, Águia, Campinense, Central, Anapolina e Goiânia. Antes, jogara no Grêmio, Goiás, Vila Nova, e Bom Jesus. Gustavo está com 36 amos de idade. Não sei o destino de Luís Fernando.

Liderança

Amanhã, em Mossoró, o Uniclinic poderá assumir a liderança do Grupo A-8 da Série D nacional. Mas para isso terá de ganhar do atual líder, o Potiguar. A diferença é de apenas um ponto. Aqui o Uniclinic ganhou do Potiguar por 1 a 0. O Uniclinic é o único invicto. Só teve um tropeço: empatou com o Itabaiana no jogo em Fortaleza (1 x 1).

Luz

A propósito de Série D, lamentável a situação de Icasa e Guarani de Juazeiro. Icasa é lanterna do Grupo A-5. O Guarani é lanterna do Grupo A-6. Campanhas pífias, nem de longe condizentes com o prestígio, história e tradição dessas duas equipes do Cariri. Pior é que não estou vendo uma luz capaz de apontar possível solução para a crise.

Saudade. A Gentilândia do futebol, das tertúlias, das festas juninas, da efervescência dos anos 60, perdeu uma de suas mais queridas moradoras: morreu Teresa Helena Saunders de Sousa. Professora do "Mascote", ela recebeu e ensinou incontáveis gerações. Embora cunhada do notável Zé Mário, lateral-direito campeão cearense pelo Fortaleza em 1959, Teresa era apaixonada pelo Ceará. A Missa da Esperança será hoje, às 18h30, na Igreja de Nossa Senhora dos Remédios. Pêsames à família. Fica a saudade.

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