Tom Barros: Pressão e obrigação

Não é difícil uma vitória do Fortaleza sobre o América/MG por dois gols de diferença. Será normal um placar de 2 a 0 ou 3 a 1... O que complica é a pressão para abrir tal diferença. O que aflige é a obrigação de assinalar vantagem assim na corrida contra o tempo. Cada minuto no relógio do América representa de dois a três minutos no relógio imaginário do Leão. São ponteiros que correm diferentes. Os do tricolor apressados como taquicardia em coração doente. Os do América controlados pelo remédio da vantagem obtida em Minas. Se em forma Daniel Sobralense, Everton e Anselmo, ampliadas as chances. Se assim não for, só mesmo as surpresas de heróis de última hora que fazem e acontecem. Dois gols de diferença. Dá para chegar sim, desde que saiba dosar as emoções.

Crise

O América já estava em crise quando ganhou do Fortaleza (1 x 0) no jogo de ida. Depois a crise só aumentou. O time afundou na lanterna da Série A onde só tem oito pontos em 16 jogos. O novo técnico, Enderson Moreira, que substituiu Sérgio Vieira, estreou com derrota para o Flamengo/RJ segunda-feira passada. Feia a coisa.

Postura

Diante das circunstâncias, quero crer que o América adotará modelo fechado com saídas rápidas ao ataque. No mata-mata da Copa do Brasil é de praxe isso acontecer por parte de quem abre vantagem no jogo de ida. Motivo simples: para cada gol que fizer, o adversário terá de assinalar dois. Aí o risco por que passará o Fortaleza.

Recordando

Década de 1970. Fortaleza x Ferroviário no Castelão. A partir da esquerda: Arimatéia, zagueiro coral; Lucinho (Lúcio Flávio de Figueiredo Cruz), meia do Fortaleza; árbitro Luís Vieira Vilanova. Faz anos não vejo Arimatéia. Lucinho, que foi campeão cearense pelo Fortaleza e pelo Ferroviário, morreu muito moço. Vilanova está aposentado. Ele mora perto da Igreja de Nazaré no Montese. (Acervo de Elcias Ferreira).

Dois para cada

O Ceará tem adotado política acertada na formação de dois jogadores bons para cada posição: Cametá e Maicon para a ala direita; Tallyson e Eduardo para a ala esquerda; Valdo e Ewerton Páscoa; Charles e Sandro; João Marcos, Baraka; Richardson, Diego Felipe; Wescley, Felipe; Bill, Serginho; Rafael Costa, Ciel. Por aí...

Légua tirana

Campeonato de longa duração exige elenco com muitas opções. Na "virada da montanha", a partir da 20ª rodada, os jogadores começam a sentir o peso do desgaste. Vem contusão. Os mais veteranos terão de ser estrategicamente poupados em jogos menos difíceis. É nesse período que um time sem elenco forte começa a viagem de volta.

Controle

O médico cearense, José Roberto Barros, segue para o Rio de Janeiro. Ele faz parte da equipe de controle de doping da Olimpíada 2016. Especialista em Medicina do Esporte e pesquisador das Olimpíadas, escreveu o livro "Olímpia, Olimpo e Jogos Olímpicos". No Programa Paulo Oliveira, ele disse que o exame antidoping é perfeito (100% de acerto). Não há como errar. Ótimo.

Exaltação. A despeito de todos os contratempos quanto às instalações da Vila Olímpica, além de outros vexames pela crise por que passa o Brasil, espero que o espírito esportivo seja superior. E assim, ao término do evento, o balanço geral possa transmitir ao mundo que ainda há no "meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro", nesta "terra de Nosso Senhor", a esperança de um futuro alvissareiro, no melhor sentido de exaltação da música Aquarela do Brasil, de Ary Barroso.

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