Neste último dia do ano, permita-me, caro leitor, registrar meu melhor sentimento de gratidão aos que me homenagearam pela passagem do meu jubileu de ouro profissional, celebrado neste 2015. São 50 anos ininterruptos de trabalho. Que teria sido de mim se não contasse com os ouvintes, leitores e telespectadores? Aqui estou procurando cumprir da melhor maneira o papel que me foi confiado por Deus nesta passagem terrena. No dia 1º de setembro de 1965, na Rádio Uirapuru de Fortaleza, comecei a trajetória que agora completa meio século. Minha carteira de trabalho foi assinada pelo saudoso Afrânio Peixoto. Eu, com 18 anos, aluno do Liceu do Ceará, não imaginava naquele instante a dimensão do desafio que teria. Resisti. Aqui estou.
Medos
Em 1965 não havia Curso de Comunicação Social. Assim, na Rádio Uirapuru, tive que aprender o ofício com os companheiros mais velhos. Ainda com os naturais medos de um iniciar profissional, passei de locutor comercial a apresentador de programas musicais, repórter esportivo e narrador de futebol. Tudo exigiu muita atenção.
No futebol
Optei por dar prioridade a narração esportiva. Em 1967 fui a Belém/PA narrar meu primeiro jogo interestadual, Remo x Calouros do Ar. Experiência intensificada no Nordestão de 1969 e no Campeonato Brasileiro de 1972. Vieram depois as coberturas internacionais como as "Eliminatórias" e as Copas do Mundo de 1990, 1994, 1998 e 2006.
Recordando
Há 50 anos eu entrava neste prédio da Rádio Uirapuru (foto), iniciando a minha vida profissional. O prédio, que fica na esquina da Rua General Sampaio com a Rua Clarindo de Queiroz, está lá. E ainda mantém o mesmo formado de um rádio. Foi na época uma referência, pois nenhuma emissora de rádio no Brasil e no exterior tinha sede em formando de rádio. Pena que hoje esse prédio esteja tão deteriorado. Um desrespeito à memória
Empresas
Trabalhei na Rádio Uirapuru, Rádio Dragão do Mar, Ceará Rádio Clube, TV Ceará Canal 2 da Rede Tupi, TV Educativa (hoje TV Ceará) e Jornais Correio do Ceará e Unitário. Há 34 anos ingressei no Sistema Verdes Mares. Trabalhei 18 anos na TV Verdes Mares. Sigo na Rádio Verdes Mares, TV Diário e Diário do Nordeste. Uma vida. Minha vida.
Espaço
Gostaria de citar, um a um, todos os companheiros com quem trabalhei e a quem devo importantes lições de vida. Mas não há espaço para citar todos. Jubemar Aguiar, um vizinho meu, que me ouvia cantar, foi quem me levou para o rádio. Ele trabalhava na Rádio Dragão do Mar. Sem ele, creio, eu não teria vencido a minha timidez.
No estádio
Em 1966 Júlio Sales, munido de um gravador, levava-me ao PV e lá me ensinava as técnicas de narrar futebol. Sou-lhe grato até hoje. Gratidão que estendo ao público e a todos os que me ajudaram nesta longa caminhada. Só mesmo com o arrimo de todos vocês encontrei força para chegar aqui. E cuidarei de ir adiante até quando tiver saúde, enquanto Deus permitir.
Condecorações. Pensei esconder do público esse jubileu de ouro, mas a atenção dos amigos descobriu o fato e não deixou passar batido. A CDL, por decisão do colegiado, à frente o presidente Severino Neto, outorgou-me o Troféu Imprensa José de Alencar 2015. Em Recife, ao lado do Cmte da Base Aérea de Fortaleza, Cel. Av Cláudio Sampaio, recebi a Ordem do Mérito Aeronáutico. Aqui, por iniciativa do vereador Evaldo Lima, recebi a medalha Ayrton Senna. Esse reconhecimento me marcou muito. Obrigado mesmo.
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