Chapecoense, 18º; Ceará, 19º. Ambos na zona de rebaixamento. Zona maldita, que deprime e diminui quem nela está. Quando na zona, o time se sente inferior, olhado com desdém. Pois aí estão os contendores de hoje. Vizinhos de infortúnio, companheiros de desenganos. A Chapecoense tem pelo menos o conforto de uma vitória, mas logo sobre o Flamengo, atual líder. O Ceará nem isso. O máximo que conseguiu foi empatar com o Corinthians no Itaquerão. A sequência de derrotas, que veio depois, custou o cargo de Marcelo Chamusca e trouxe o campeão do mundo, Jorginho. Por enquanto, trabalho embrionário, com adaptações do que deixou Chamusca. Como disse o próprio Jorginho, as mudanças serão graduais.
Tempo
O técnico Jorginho começa a sua luta contra o tempo. Pelas circunstâncias, serão jogos e treinos ao mesmo tempo. As descobertas terão de acontecer no sufoco das contendas oficiais. Poucos serão os dias de treinamento isolado. Os ajustes virão, ora na improvisação, ora nas experiências programadas.
Oportunidade
Quando Chamusca saiu, Douglas Coutinho disse de sua insatisfação com o técnico que lhe negara melhores chances no time principal. Agora, com Jorginho, Douglas terá de mostrar serviço. Já entrou diante do Grêmio e o único momento real de gol na fase final foi um chute que ele deu de longa distância.
Coisas do futebol
Duas poderosas armas do Ceará que, de repente, ficaram fora dos recentes desafios. Pio, o míssil de Porangabuçu, por questões táticas; Arthur, porque convalescente de contusão. Enquanto isso o alvinegro padece, sofre e implora por alguns golzinhos, chorados que sejam. Não pode o Ceará ficar na dependência apenas dos gols de Wescley.
Resultados
Para o Fortaleza ficar numa posição ainda mais confortável na liderança, bom será que Vila e CSA empatem no Serra Dourada sexta-feira. Melhor ainda se o Avaí tropeçar diante do lanterna Criciúma também na sexta. E, se não for querer muito, que tal um tropeço do Coritiba diante do Londrina no Estádio do Café...
Conjecturas
Com relação aos times mais próximos do Fortaleza, claro que o tropeço deles favorece o Leão. Entretanto, pelo andar da carruagem, o Fortaleza há caminhado sem a necessidade de beneficiar-se de resultados de terceiros. Tem feito muito bem a parte que lhe cabe, independe do que estejam fazendo os concorrentes.
Recordando
Centroavante Croinha, notável ídolo do Fortaleza na década de 1960. Pelo Leão, campeão cearense em 1967 e 1969 e campeão do Norte-Nordeste (Nordestão ) em 1970. Nasceu em Recife em 1940. Muita gente pensa que ele era maranhense. A foto é da época em que jogou no Tiradentes. (Álbum de Elcias Ferreira).
Impressões
Entre os jornalistas amigos meus, noto certa reserva com relação à possível conquista do título mundial pela Seleção Brasileira na Rússia. Edison Silva, editor de Política do Diário do Nordeste, disse confiar no trabalho do técnico Tite, mas observa a alta qualidade dos concorrentes do rol dos favoritos. /// Airton Fontenele, o maior pesquisador da história da Seleção Brasileira, até agora não divulgou pela ordem as seleções que, no seu entender, têm melhores condições de ganhar a Copa. Aguardo.