Tom Barros: Parcerias de fora

O mundo dos negócios no futebol está muito além do que imaginam os espectadores. Correm rios de dinheiro e feliz aquele que pega a correnteza na hora certa. Onde e como investir? Bom, não sou especialista nas finanças do futebol, mas observo um detalhe: de certa época para cá, grupos paulistas estão descobrindo times cearenses como eldorado. O primeiro foi o Icasa, sob as bênçãos do senhor Boim, que agora investe no Uniclinic. O mesmo Icasa recebe injeção financeira de outro grupo paulista, numa parceria que trouxe para o Cariri até o técnico Márcio Bittencourt, que já foi do Corinthians e do Fortaleza. O planejamento do Verdão é todo de fora. É ainda uma incógnita. Não há como avaliá-lo agora. Só com o correr do certame será possível examinar melhor a dimensão do projeto.

Influência

O Ceará, apesar de não admitir parcerias como as referidas acima, andou dando preferência a pessoas de fora. Passou de 2012 a 2015 sob a gerência do paulista Diego Cerri, só demitido quando o time estava afundando na Série B. Também abriu espaços para o paulista Anderson Batatais em detrimento de profissionais aqui da terra.

Influência II

Embora eu não tenha detectado bem a razão da preferência do Ceará por esse bloco paulista, verdade é que o poder dessa gente se fez notar numa dimensão além do que deveria ser. Consequência: sob tal influência o Ceará fixou-se na Série B e só escapou do rebaixamento quando Lisca operou o "milagre da salvação".

Gentleman

No setor de marketing da FCF o jovem Lourenço Vilar, filho do técnico e ex-jogador Marcelo Vilar. Lourenço disse que, aconselhado pelo pai, cedo desistiu de atuar como jogador profissional. "Não levava jeito", segundo opinião do próprio genitor. Mas na profissão que abraçou Lourenço tem dado o recado muito bem. É um gentleman como o pai.

Duas partidas

Gostei do Fortaleza nas duas apresentações. Uma amistosa outra oficial. Digo até que, para início de trabalho, está bem acima do que eu esperava. Sei que é cedo para exteriorizar opinião definitiva. Entretanto, já é possível observar um conjunto em evolução. Difere de times cujos jogadores ainda parecem longe de sintonia.

Primeiro desafio

O presidente do Ceará, Robinson de Castro, fez contratações, tendo, claro, as indicações do técnico Lisca. A montagem do Vozão tem sido dentro de um modelo de extrema responsabilidade. Busca-se ampliar o índice de acertos na atual temporada. O primeiro desafio será o Campeonato Cearense. Numa avaliação inicial, os trabalhos estão dentro do previsto.

Investimento

O dirigente do Uniclinic, Jurandir Junior, explicou que o financiador do grupo é o senhor Boim, o mesmo que quase levou o Icasa à Série A nacional. Jurandir disse que a meta inicial é permanecer na Série A cearense. Depois o foco poderá ser o título estadual. Jurandir sabe as diferenças financeiras entre os grandes e os times intermediários. Mas, pelo que o grupo do Boim alcançou quando investiu no Icasa, não se surpreendam se o Uniclinic for além do que o próprio Jurandir está prevendo.

Acompanhe os comentários em http://svmar.es/tom-barros