Tom Barros: Para mudar a história

Dia 21 de novembro de 2009. Estádio Castelão. Na Série B, o Fortaleza foi derrotado pelo São Caetano (1 x 2). Com isso, o Leão foi rebaixado para a Série C. Começava ali o terrível calvário. Agonias sucessivas, frustrações continuadas. Mas hoje tudo poderá mudar. O Fortaleza tem a grande oportunidade de sepultar de vez os sete anos de fracassos e transformar este oitavo ano no ponto final do sofrimento. Abrir portas e janelas para os ventos da ascensão. Arejar o ambiente no Pici, preparando-o para uma nova escalada na Série B. A história do Fortaleza e sua tradição não condizem com Série C, onde passou por extremas humilhações. A hora da virada chegou. O jogo de logo mais em Juiz de Fora é para mudar a história.

Confiança

Claro que toda decisão, por mais frágil que seja o adversário, gera apreensão. Mesmo tendo o Fortaleza ampla vantagem, ninguém esconde que, no íntimo, ainda há um certo receio, já em razão de tudo o que aconteceu antes. Noto, porém, como observador, que predomina a confiança. Isso é bom.

Força interior

O medo velado, citado no tópico ao lado, faz parte. Acima dele, porém, a confiança maior que observo. Confiança no atual grupo que superou bem as duas recentes e duras pressões. Ganhou do Moto e ganhou do Tupi. Nas duas partidas, superou traumas passados. Não tremeu. Tem força interior.

Recordando

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Ferroviário, campeão cearense de 1988. A partir da esquerda (em pé): o 2º é Djalma; 5º, Robinson; 6º, Marcelo Veiga; 7º, Arimateia; 8º, Silmar. Agachados: o 1º é Toninho Barrote; 2º, Mazinho Loyola; 3º, Jacinto; 4º, Alves. Quem identifica o time todo? (Colaboração de José Maria Mota Rodrigues, da Pesquisa do Diário do Nordeste).

Seis

Repito o que disse em colunas anteriores: há seis atletas no Fortaleza que participaram de mata-matas passados pelo Leão. Têm experiência nisso e poderão ajudar os demais. São eles Felipe, Edimar, Everton, Leandro Lima e Bruno Melo no ano passado e Adalberto em 2015. Além deles, Zago era o técnico do Juventude.

Estreia

Expectativa sobre a estreia de Maikon Leite. Eu vi Maikon em grande forma, com seu futebol qualificado. Agora as esperanças alvinegras sobre sua contribuição. Importa o momento do jogador, não o currículo. Ele será cobrado pelo momento atual. E o Ceará está precisando para "ontem".

Pressão

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O técnico do Ceará, Marcelo Chamusca, sentiu as primeiras pressões mais fortes da torcida do Ceará. Chamusca tem suas convicções, é profissional sério e deve ser respeitado. Mas não pode posar de dono da verdade. Isso não existe no futebol. Não custa nada a humildade de uma revisão de conceitos.

Consequências. Não creio que, pelo menos inicialmente, Marcelo Chamusca ceda às pressões. Ele tem suas convicções. Mas manda a sábia experiência que a reflexão deva predominar diante da realidade. Não é por acaso que o nome Magno Alves ecoou no meio da galera. Se bem que, fora do time titular a tanto tempo, nem se pode cobrar de Magno o ritmo dos que estão aí no dia a dia. Mas, para parte do segundo tempo, Magno tem tudo para dar boa contribuição, já pela qualidade do serviço.