Tom Barros: Os novos tempos

Há cinco décadas, quando iniciei minha vida profissional na Rádio Uirapuru, Sexta-Feira da Paixão era um dia de total recolhimento interior, dedicado às orações e aos atos litúrgicos da Semana Santa. Hoje, com a modernidade, até jogo da Seleção Brasileira programaram. E jogo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo 2018 na Rússia. Naquela época jamais alguém teria o atrevimento de programar algo assim pois seria considerado um blasfemador. O que se admitia então era apenas a peça Vida e Paixão de Cristo no Teatro José de Alencar, com os integrantes da Comédia Cearense. Até meados da década de 1960, as emissoras de rádio não iam ao ar na Sexta-Feira Santa, exceto às 12 horas quando transmitiam a peça a Vida de Cristo, com o cast da Rádio Nacional do Rio.

Locutores

A peça a Vida de Cristo foi levada ao ar pela primeira vez no dia 27 de março de 1959. O elenco da Rádio Nacional usou cerca de 100 radioatores, num trabalho primoroso de Giuseppe Guiarone. O famoso Roberto Faissal fazia o papel de Jesus. A narração foi feita pelo também famoso César Ladeira. Obra prima existente até hoje.

Diferente

Já que hoje tem Brasil x Uruguai, vamos aos dados de Airton Fontenele. Em Eliminatórias, de 1993 a 2009, oito jogos, três vitórias do Brasil, uma derrota e quatro empates. A derrota do Brasil (1 a 0) foi no dia 1º de julho de 2001 em Montevidéu, primeiro jogo de Felipão à frente da Canarinho. Nesse jogo atuaram Jardel e Romário.

Recordando

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No recente 10 de março em Vitória/ES houve a festa pelos 90 anos do odontólogo Carlos Alberto Simões Eugênio de Souza, goleiro campeão cearense no Gentilândia juvenil em 1945. A partir da esquerda: Carlos Alberto, o médico Luciano Simões (ex-Gentilândia, ex-Ceará, 1950/51), Pedrinho Simões (goleiro campeão cearense pelo Gentilândia e Fortaleza e vice da Taça Brasil pelo Leão, 1960) e o médico Fernando Simões. Parabéns, Carlos Alberto.

Estatística

De 1916 a 2013, houve 73 jogos entre as seleções principais do Brasil e do Uruguai. Foram 34 vitórias do Brasil, 19 empates e 20 derrotas. No atual ranking da Fifa, o Brasil é o sexto colocado. O Uruguai é o 11º. No jogo de hoje a atração especial será o confronto de dois dos maiores craques sul-americanos do Barcelona: Neymar e Suarez.

Tradição

Entendo que a Sexta-Feira Santa deveria ser respeitada. Se não há cabimento para os rigores de antigamente, não há também cabimento para as indiferenças de hoje. Não lembro ter visto a Canarinho jogar numa Sexta-Feira da Paixão. Taí a primeira vez. Mais um dado para o pesquisador Airton Fontenele, autor dessas notas sobre o Brasil.

Ele

Neymar. Nada de comparações com quem quer que seja. Nem Messi, nem Zico, nem Pelé, nem Maradona. Ora, Neymar como Neymar é. Tem suas qualidades. Venceu no futebol espanhol. É ídolo. Falta a coroação com um título mundial pela Seleção Brasileira profissional. Na caminhada rumo a Moscou, ele é chamado a fazer a diferença. Hoje, ele.

Gratidão

Domingo passado, pela manhã, os meninos da Escolinha da Vila Manoel Sátiro estavam treinando. Pararam o treino para receber o ex-colega Marcelo (Sabiá) Maciel que hoje é professor de Educação Física. Marcelo jogou no Ferroviário e no Parnahyba. A garotada sentou-se e ouviu as palavras de gratidão e incentivo proferidas por Marcelo. Momento de grandeza e exemplo para meninos que buscam não apenas o êxito no futebol, mas a afirmação como futuros homens preparados para a vida.

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