O quarto mês do ano começa. Entre março e maio, a expectativa. Pega de março a carona nas águas de Tom Jobim: "é pau, é pedra". Pega de maio as rosas. Uma mãe. Fica abril com a largada da Série A. O Ceará vai a São Paulo, dia 14, enfrentar o Santos. "É pau, é pedra". Mas aqui não é o fim do caminho como na música disse Jobim. É começo. E começo de longo caminho, que passa abril, maio, junho... Aí tem São João com o forró do Waldonys. Tem Copa no país das czardas. "É pau, é pedra". Abril com o Ferroviário que segue na Copa do Brasil diante do Atlético-MG. Ferrão aprontará mais uma? Não sei. Vai ser amanhã no Estádio Independência. "É pau, é pedra". E começa a série final do Campeonato Cearense. "É pau, é pedra".
Imprevisível
Ferroviário retoma as glórias de Clube das Temporadas como nas décadas de 1940, 1950, 1960. Despachou o Sport numa jornada épica. Despachou o Vila diante de um Serra Dourada lotado. Agora o desafio é bem mais complicado. É. Agora lembre do saudoso jornalista Neno Cavalcante: "É..."
Mudança
A Copa do Brasil fez do Ferroviário de primo pobre a primo rico. Endinheirado com R$ 4,3 milhões no bolso. Pena não ter havido tempo para, com esse dinheirão reforçar o time, visando a pegar o Atlético-MG. Seja o que Deus quiser. No primeiro jogo da decisão de Minas, o Atlético ganhou do Cruzeiro. Vai no embalo.
Recordando
2014. A partir da esquerda: Iarley (Ferroviário) e Marcelinho Paraíba (Fortaleza). Iarley, bicampeão mundial de clubes (Boca, 2003; Inter/RS, 2006), foi um dos mais notáveis jogadores cearenses de todos os tempos. Marcelinho Paraíba brilhou nos grandes times do Brasil e na Alemanha. (Álbum de Elcias Ferreira).
"Estadual"
Mais uma vez, os dois maiores rivais numa decisão. Há 22 anos o título tem ficado ou com o Ceará ou com o Fortaleza. De 1996 para cá, não deu para outro. São onze títulos com o Fortaleza. São onze títulos com o Ceará. Os demais clubes só conseguem chegar ao vice-campeonato. É repetição mesmo.
Palavras
O técnico Rogério Ceni diz que o Ceará tem melhor elenco. Fez referência à ascensão do time para a Série A e liderança na Copa do Nordeste. Mas, na hora da decisão, outros fatores cuidam de nivelar. Fatores transcendentais à margem da análise corriqueira. Palavras são palavras. Equilíbrio à vista.
De decisão
Há jogadores cuja presença é imprescindível na fase de decisão. A maturidade é fundamental. Às vezes, nem joga bem, mas compensa com a confiança transmitida ao grupo, principalmente diante dos desafios mais complicados. Richardson é luta permanente. Tipo do jogador de decisão.
Curiosidade. Na Copa de 1930, no Uruguai, o capitão da seleção francesa foi Alexandre Villaplane, destaque em seu país no final da década de 1920. Na estreia contra o México, a França ganhou (4 x 1). Anos depois, na II Guerra Mundial, Villaplane colaborou com o Nazismo. Foi sub-tenente da Brigada Norte-Africana, a serviço do ditador alemão Hitler. Villaplane perseguiu os judeus. Ele teve participação direta em dez assassinatos. Em 1944, terminada a Guerra, Villaplane foi condenado à morte. Morreu fuzilado.