"Em verdade, em verdade, vos digo: o Fortaleza é além da imaginação". Foi assim que no dia 2 de maio do ano passado abri o comentário sobre o título tricolor. Título inacreditável em que Cassiano virou herói aos 47 do segundo tempo. Já o bi, ontem conquistado, não teve a dramaticidade de 2015. Veio natural pela superioridade de quem não esperou os derradeiros minutos para definir. Foi decidindo de forma gradual, jogo por jogo, em todas as fases. O Leão subiu tanto de produção que nem o Flamengo/RJ conseguiu deter o poderio consolidado com Berna, Juliano, Felipe, William, Pio, Corrêa, Dudu, Jean Mota, Everton, Anselmo, Daniel Sobralense... O Uniclinic fez o que estava ao seu alcance. O Fortaleza só precisou administrar.
Antecipado
Não lembro de um título do Fortaleza tão facilmente conquistado. Tão fácil, tão fácil, que a torcida o cantou bem antes, na vitória sobre o Flamengo pela Copa do Brasil. Um bicampeonato que há uma semana já estava nas ruas, nas casas, repartições, praças e bares. Só não estava no Pici por uma questão de ética e respeito ao adversário.
Sob controle
Quando a bola rolou, logo se notou que o Uniclinic não teria condições de tirar a diferença. Na primeira fase, uma cabeçada de André Lima e um chute de Guídio. Na fase final, o gol contra de Amaral. O jogo foi mais de administração de resultado que de luta tricolor. Leão ganhou pela condição superior já tão falada, reconhecida e confirmada.
Ingrediente
Desta vez a torcida tricolor compareceu (mais de 54 mil pessoas estavam no Castelão). Uma festa com direito a ornamentação, sorrisos, alegria, tudo. Mas sem o ingrediente que faz o torcedor temer e tremer, ou seja, a possibilidade de perda do título. Ontem todos viam que esse risco não havia. Foi como um encontro apenas para comemoração.
Méritos
É preciso que se diga: a vantagem do Fortaleza foi uma decorrência da sua competência antecipada. Assim na fase classificatória (líder), assim no hexagonal (líder), assim na fase final. O Fortaleza em tudo foi o melhor. Portanto, mereceu a conquista. Soube construir os alicerces sobre os quais erigiu mais um título estadual. Parabéns.
Mudança de rumo
O técnico Marquinhos Santos revolucionou o Fortaleza. Depois que ele assumiu, o tricolor alcançou avanços significativos no modelo tático, fato que levou o time a crescer de produção jogo após jogo. O mérito de um título é divido com todos, inclusive com o ex-técnico Flávio Araújo que deu também sua contribuição. Mas o artífice da arrancada foi mesmo Marquinhos.
Reconhecimento. O Uniclinic, não obstante ter perdido o título, merece os melhores encômios pelo avanço alcançado. Não faz muito, penava na Série B cearense. Não passava de mero coadjuvante. Agora, além de ter chegado à decisão, garantiu vagas em certames nacionais. O grupo, sob o comando de Maurílio Silva, foi muito além dos objetivos iniciais. Transformou-se na segunda força da competição. Espero que haja continuidade na proposta. Com a palavra o supervisor Jurandir Junior.
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