Cada técnico tem sua maneira de comemorar, protestar, expressar seus sentimentos de acordo com o andamento e resultados dos jogos. Alguns, discretos; outros, espalhafatosos; alguns amáveis; outros arrogantes; alguns tolerantes; outros, vingativos. Lisca se manifesta ora gritando, ora saltando, ora deitado no gramado, ora junto à torcida. É o jeito dele. E tem de ser respeitado na sua livre forma de pensar e de agir. Não tem que se sujeitar à opinião de quem quer que seja, pois não está infringindo normas de conduta nem faltando com a decência. Luiz Carlos Cirne Lima de Lourenzi, o Lisca, é assim. E que assim seja, verdadeiro, autêntico. Não abandone, pois, suas atitudes e modos pessoais de festejar. Nada de dar satisfação aos que o criticam por isso.
Tempo moderno
Eu sou saudosista, mas não exijo que jogadores e técnicos de hoje vistam-se e comportem-se como os das décadas de 1950, 1960 e 1970. Técnicos como Vicente Feola, Aymoré Moreira e Zagalo ficavam no banco tão comportados e circunspectos quanto sacerdotes de batina antes da celebração de uma missa. Esse tempo passou.
Aviãozinho
O próprio Zagalo mudou. Até a Copa de 1970, técnico tri mundial no México, não saía do banco, sereno, numa disciplina rígida. Mas em 1996, no Estádio Ellis Park, Zagalo invadiu o campo para comemorar com o "aviãozinho" a virada do Brasil sobre a África do Sul (2 x 3). Respondeu assim a uma provocação semelhante do técnico adversário.
Outra época
Nas fotos e filmes da Seleção Brasileira campeã em 1958 na Suécia, bicampeã em 1962 no Chile e tricampeã em 1970 no México os observadores poderão notar que não havia nada de extravagante no visual dos atletas. Cortes de cabelo bem aparados no melhor estilo da época. Brinco, nem pensar. Tatuagem, idem...
Novos tempos
Na Seleção Brasileira pentacampeã do mundo em 2002, já os sinais dos novos tempos nos cabelos de Ronaldão e Ronaldinho. Já os brincos e tatuagem de alguns. E o Felipão, com todo aquele jeito que os colegas chamavam de "sargentão", saltitava a cada gol. Hoje, há de tudo. Portanto, deixem o Lisca comemorar à sua maneira.
Personagem
Nelson Rodrigues, nos anos 50, escrevia "Meu Personagem da Semana" na famosa revista "O Cruzeiro". Um primor. Aqui elegi logo o personagem de duas semana: Éverson, goleiro do Ceará. Nos milagres, em duas defesa que fez, seus braços alongaram tanto que pareciam ter saído do corpo dez centímetros a mais. Incrível. Impossível. Possível. Goleiraço!.
Intervalo
As eliminatórias da Copa 2018 terão reinício em março/2016. Eis alguns fatos históricos da Seleção Brasileira principal em101 anos (1914/2015) de disputa internacional. Diante de 89 países, fez 935 jogos (592v, 190 e, 153 d). Ganhou 56 títulos, dentre os quais, Copa do Mundo (5), Copa América (8), Copa das Confederações (4), Pan-Americano (2), e a conquista definitiva dos troféus Jules Rimet, Copas Roca, Rio Branco, Osvaldo Cruz e Bernardo O'Higgins. Dados: Airton Fontenele.
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