Tom Barros: Número de vagas

Aqui estou de volta, após as férias. Gostei do que escreveu Gustavo de Negreiros nesse período. Segui ligado. Nova reflexão: pelas estatísticas não há registro de dois times grandes caírem no mesmo ano para a Série B. Há anos em que nenhum grande é rebaixado. 2017 foi assim. Então teoricamente 12 vagas ficam com quatro do Rio, quatro de São Paulo, dois de Minas e dois do Rio Grande do Sul. Sobram então quatro vagas para os demais, pois os quatro times últimos são rebaixados. A tarefa do Ceará será difícil, mas perfeitamente alcançável. Em 2009, quando subiu para a elite, o Vozão ficou em 12º lugar, na frente inclusive de Atlético/MG (13º) e Flamengo (14º). Em 2011 tudo desonerou. Agora é pensar positivo.

Nenhum

É bom frisar que em 2010 não caiu nenhum dos chamados doze grandes. Mesmo assim o Ceará se manteve com méritos na Série A e até ganhou vaga na Copa Sul-Americana 2011. Os rebaixados foram Vitória, Guarani de Campinas/SP, Goiás e Grêmio Prudente/SP. O segredo foi pontuar bastante no turno.

Início brilhante

Em 2010 o Ceará teve belo início: ganhou do Flu (1 x 0), Vitória (1 x 0), Cruzeiro (1 x 0) e Avaí (1 x 0) no Castelão; empatou com o Santos (1 x 1) na Vila, Goiás (0 x 0) no Serra Dourada e Corinthians (0 x 0) no Castelão; ganhou do Atlético (0 x 1) no Mineirão. E só veio a perder na 9ª rodada para o Inter (1 x 0) no Beira-Rio.

Recordando

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Início do Campeonato Cearense de 2008. O Ferroviário apostou todas as fichas no técnico Polozzi. Ele, como zagueiro, brilhara na Ponte Preta e Palmeiras e fizera parte da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1978. Hoje José Fernando Polozzi mora em Vinhedo (SP). O Ferroviário foi o quinto colocado no estadual de 2008

Autoestima

O Fortaleza começa 2018 livre do maior tormento que o incomodou nos últimos oito anos: o mata-mata. Agora não mais arriscará o destino em dois jogos onde a sorte e o azar caprichosamente têm relevância. Na Série B o todo de uma campanha é que definirá. De volta ao Pici a confiança e a autoestima.

Compreensão

Pouco a pouco, a torcida tricolor compreenderá a diferença entre o homem e o mito. Ceni tem virtudes e defeitos como qualquer mortal. Terá erros e acertos. Se tudo correr bem desde os primeiros resultados, ótimo. Mas, se houver tropeços, nada de desilusões imediatas. Calma. Paciência. Deixem o Ceni trabalhar.

Surpresas

Quando Marcelo Chamusca diz que todos os jogadores no Ceará terão chances iguais, subentende-se que caberá a cada um, com seu talento, buscar a vaga no time principal. Portanto, nada de privilégios. Assim, será possível acontecer surpresas entre os que pensam ter cadeira cativa.

À deriva. Neste período de férias que passei, vi preocupações brasileiras inacreditáveis. Enquanto Temer promovia afrontoso indulto de Natal, a crítica era mais concentrada na celulite da Anita. Enquanto a gasolina disparava de preços nas bombas, o destaque era para a possível retomada do romance Neymar e Bruna. Anestésicos involuntários de artistas e atletas, que não têm culpa da inversão de atenções. A novela das oito superior à novela real sofrida por todos nós.