Tom Barros: Nova realidade

Houve uma época em que a torcida e a crônica cearenses praticamente pressionavam os dirigentes de clubes para que fizessem contratações bombásticas. Deus meu, quanta bobagem. Na maioria das vezes as contratações bombásticas terminavam em decepções. Há três anos o Ceará passou por situação assim. Anunciou dois pentacampeões do mundo: Edmilson e Belletti. Que decepção! Edmilson ainda fez algumas partidas razoáveis; Belletti sentiu que não dava mais e pediu para sair. Melhor mesmo, pelo menos no meu entendimento, é apostar em jogadores jovens do Norte e Nordeste. Eles chegam com sonhos e projetos. Querem ter oportunidade e vencer na vida. Vão em busca da fama. Querem jogar. É a nova realidade.

Engano

Ora, depois de um pentacampeonato mundial em 2002 no Japão pela Seleção Brasileira, que sonhos maiores ainda poderiam ter Edmilson e Belletti no Ceará. Que entusiasmo e empenho total poderiam ter esses atletas? Eles mesmos acabaram reconhecendo que o mais correto seria parar. E pararam.

Propósito

Edmilson e Belletti, creio, tinham propósitos honestos. Mas as condições de ambos já estavam mais para a aposentadoria que para desafios. Melhor é não mais trazer tais contratações bombásticas. Que venham talentos descobertos por técnicos que circulam pelo Norte e Nordeste. Aí serão maiores as chances de melhor resultado.

Argentino

Houve um tempo em que o Fortaleza resolveu anunciar contratações bombásticas vindas da Argentina. Aí anunciou Marcelo Escudero, meia que atuara pelo River Plate e pelo News Old Boys. Chegou para disputar a Série A em 2005. Em campo nem de longe o que mostrava um vídeo onde o referido atleta dava um baile como um craque mesmo.

Argentino II

Há anos o Fortaleza também apostou num outro argentino: Gustavo Saboia, conhecido como El Potro. Esse não tão famoso quanto Escudero, mas com a referência de um jogador vindo da terra de Diego Maradona. O atacante Gustavo Saboia estava com 30 anos de idade e veio do modesto XV de Piracicaba. Saboia. Também fracassou.

Compromisso

Numa conversa que mantivemos na TV Diário, Guto me disse de sua vontade de subir o Fortaleza para a Série B na próxima temporada. Ele não escondeu sua frustração por não ter participado do jogo de disputa de vagas contra o Macaé em 2014, mas disse também não guardar mágoas do técnico Marcelo Chamusca, que não o utilizou.

A falta de títulos

O Ferroviário comemorou no dia 10 passado 20 anos de sua última conquista: o bicampeonato cearense de 1994/1995. O jejum de lá até hoje trouxe como consequência a natural diminuição da torcida coral. O que amplia o número de torcedores é conquista. As crianças vão vendo as glórias e vão se engajando no clube. A renovação da torcida coral é mínima. Isso é extremamente preocupante. O time, que lotava estádios, hoje não consegue reunir 10 mil torcedores numa partida decisiva.

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