Tom Barros: na passagem para as quartas a melhor apresentação do Brasil

Vitória no talento, na paciência e na raça. Assim o Brasil despachou o México. E vai abrindo passagem de olho no título, agora mais viável. No início do jogo a Canarinho teve dificuldades. Os mexicanos surpreenderam, atacando em velocidade pelas extremas com Lozano e Vela. Mantiveram o jogo sob controle até os 20 minutos. Depois disso gradualmente o Brasil foi assumindo as ações. No segundo tempo tomou conta de vez. Willian mostrou seu bom futebol que estava escondido desde o começo da Copa. O Brasil apertou. Aí o goleiro mexicano Ochoa passou a pegar todas. Deu a impressão de que repetiria em Samara a muralha intransponível de 2014 aqui no Castelão. Quase repetiu. Só não conseguiu porque desta vez prevaleceu a arte do futebol brasileiro. De calcanhar Neymar iniciou o lance. Passou a Willian e logo se apresentou para fazer 1 a 0. Depois, o próprio Neymar construiu a jogada que resultou no gol de Firmino (2 x 0). A propósito, após o gol de Firmino, o questionamento sobre Gabriel Jesus. Ora, Gabriel tem dado sua contribuição. Ajuda na marcação. Faz conclusões. Luta. Está lhe faltando um pouquinho de sorte. Basta uma sorte pequenininha, do tamanho de uma trava de chuteira. No gol de Neymar, quando Willian cruzou, Gabriel e Neymar foram juntos na bola. As chuteiras dos dois, lado a lado, quase se tocando. A bola passou das travas da chuteira de Gabriel, mas não passou das travas da chuteira de Neymar, que fez o gol. Milímetros separaram da glória o Gabriel. Milímetros colocaram na glória o Neymar. Isso se chama predestinação. A situação poderá se inverter. Mas aí é impossível prever o dia e a hora. No futebol há esses caprichos inexplicáveis, máxime quando tudo parece de um lado só. Exemplo disso aconteceu no jogo que definiu o adversário do Brasil na próxima sexta-feira. Por instantes o Japão com pleno domínio do jogo fez 2 a 0. A seleção da Bélgica, ao tomar 2 a 0, não acreditava no que via. A virada belga para 3 x 2 inverteu os sentimentos: o Japão via e não acreditava. O sofrimento e a alegria mudaram de lado em fração de segundos. E assim a Bélgica passou. Agora é a Bélgica que está no caminho da Seleção Brasileira. Noto o Brasil crescendo de jogo para jogo. Neymar mais afeito à participação coletiva. A Bélgica é tida pela crônica europeia como uma das favoritas. Não por acaso o time comandado por Tite também o é.