Tom Barros: Mais clássicos

Em comentário recente elogiei os saudosos presidentes da FCF, Fares Lopes e Mário Degésio, que pugnavam por um maior número de clássicos no certame estadual. Motivo simples: só os clássicos davam dinheiro e eram a salvação. Critique o atual modelo que levou apenas a dois clássicos no hexagonal. Lamentei que os herdeiros das gestões de Fares e Degésio não tenham tido o mesmo desiderato. A assessora de comunicação da FCF, Manuela Viana, cuidou de explicar que a mentora não elabora tabela. Esta é feita pelos clubes e a FCF apenas homologa. Eu sei. É verdade. No tempo de Fares e Degésio também era assim, mas eles dialogavam com os dirigentes e faziam ver a importância de mais clássicos. Mesmo que não fossem atendidos, lutavam por isso.

Motivos

Na época de Fares e Degésio a base da sustentação financeira vinha toda das rendas nos estádios. Os dois pegaram apenas o início dos tempos de transmissão ao vivo, quando mínimas eram as cotas. O grosso do apurado vinha mesmo das bilheterias. Daí a necessidade de mais clássicos.

Retorno

Reafirmo: campeonato sem clássicos se esvazia. Ficar apenas com dois Ceará x Fortaleza é pouco. Houve um tempo de três turnos, com um clássico Fortaleza x Ceará em cada. Além disso havia também os clássicos com o Ferroviário. Daí minha torcida pela volta do Ferrão à Série A cearense. Agora creio ter explicado melhor a minha opinião.

Recordando

Juazeiro do Norte. Década de 1970. No BNB a festa dos melhores do rádio do Cariri. A partir da esquerda: Geraldo Barbosa, Luiz Carlos (narrador), Wilton Bezerra (comentarista), João Barbosa (falecido), Elói Teles (radialista e folclorista, já falecido), Raimundo Ferreira (empresário e patrocinador da festa), Campos Junior (disc jockey, já falecido) e João Eudes (noticiarista e repórter, já falecido).

De fora

Já disse muitas vezes que não sou contra a vinda de profissionais de outros estados para ocupar posições de comando nos clubes cearenses. Afinal, são brasileiros todos. Tudo é Brasil. Mas para isso é preciso levar em conta a competência numa análise comparativa com os profissionais aqui da terrinha.

Discriminação

Seguirão discriminados os profissionais daqui simplesmente porque aqui nasceram? Não há gente cearense capaz de gerenciar nas mesmas condições ou até em condições superiores? É bíblico: "Somente em sua própria terra, junto aos seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não é devidamente honrado".

Êxito

Não posso ser contra a vinda de bons profissionais porque também vibro quando nossos bons profissionais são reconhecidos lá fora. Coisa recente, fiquei feliz ao ver o êxito do preparador físico cearense, Roger Gouveia, contratado pelo futebol paulista. Critico apenas os dirigentes cearenses que só enxergam competência nos profissionais de fora.

Quem indica? Não sei como funciona o modelo de indicações de atletas e de gerentes no Ceará. A partir da gestão do presidente Evandro Leitão houve uma inclinação por trazer gerentes de fora. Assim passaram pelo Ceará Diego Cerri e Pastana. Detalhes: Cerri foi demitido em 2015 após derrota do Vozão para o América/MG e permanência na lanterna da Série B. Rodrigo Pastana foi demitido recentemente em decorrência da atual crise. Espero que Carlos Kila, novo gerente, também de fora, alcance êxito.

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