O futebol brasileiro tem apresentado cenários em que as lágrimas de atletas são derramadas, ora num choro coletivo como na derrota do Brasil para a Alemanha, ora, de forma isolada, como fez Toninho Cerezo na Copa de 1982. Há dias ganhou minha atenção o chorar do jovem atacante do São Paulo, Brenner, de apenas 18 anos de idade. Substituído no segundo tempo, ele sentou-se no banco, pôs as mãos no rosto e chorou muito. Explicou depois o motivo: numa autocrítica, entendeu que não fora bem na primeira oportunidade como titular. Senso de responsabilidade. Vejam bem: um garoto iniciante, já se cobrando assim. O desafio de ser astro no futebol vai muito além do que imaginam os críticos e torcedores mais exigentes.
É hoje
O São Paulo, adversário do Ceará no próximo domingo, entra em campo hoje no Morumbi com uma missão bem difícil: ganhar, por dois gols de diferença, do Atlético-PR. Se o garoto Brenner terá nova chance, ninguém sabe. O que se sabe é que o São Paulo terá desgastes. Isso é bom para o Ceará.
Análise
O técnico Marcelo Chamusca terá a chance de estudar hoje o time titular do São Paulo. Na vitória sobre o Paraná, o São Paulo usou time misto. Chamusca olha o adversário, mas também terá de pensar nos problemas de casa, onde tentará um melhor padrão alvinegro, mesmo sem Richardson e Ricardinho.
Recordando
1969. Atacante do Ceará, Zezinho Fumaça, no Estádio Presidente Vargas, antes de um jogo válido pelo Nordestão, certame que o alvinegro ganhou com muito mérito. Zezinho foi um dos destaques da grande conquista, que teve Gildo, o eterno ídolo, como nome mais importante. Soube que Zezinho mora no Rio de Janeiro. (Álbum de Elcias Ferreira).
Melhor fase
Edinho está numa fase muito boa no Fortaleza. Creio que a melhor desde que voltou ao Leão. Foi destaque na vitória sobre o Guarani-SP e foi o melhor na vitória sobre o Boa em Varginha. Velocidade, serviço, dribles e gol. A subida ao ataque pela direita tem tudo a ver com sua eficiência no setor.
Tomou conta
Outro que tem subido de produção na formulação proposta pelo técnico Rogério Ceni é o volante Derley. Seu desempenho na meia-cancha tem crescido muito. Mas Derley deve evitar as jogadas ríspidas desnecessárias. O cartão amarelo que tomou em Varginha era perfeitamente evitável.
A cobrança
Bruno Melo provou que tem personalidade. Após ter perdido um pênalti na decisão do título diante do Ceará, apresentou-se para bater o pênalti diante do Boa Esporte, quando o jogo ainda estava 0 a 0. Se perdesse de novo, viraria complexo. Não perdeu. Bateu no mesmo canto, com precisão. Recompôs a confiança.
Notas & notas
O trabalho de Rogério Ceni, contestado por alguns após três derrotas para o Ceará, começa a ser olhado com melhor compreensão, haja vista o êxito inicial na Série B. Claro que ainda é cedo para conclusões definitivas nesta nova missão, mas animou bastante a dupla vitória. Ceni ganha força com isso. /// Fazer futebol no interior é abnegação, desafio, audácia. Bravos os que tocam Icasa, Guarani-J, Guarany-S, Iguatu, Quixadá, Barbalha, Itapipoca...