Parei para refletir quando li sobre a multa de 222 milhões de euros que qualquer clube terá de pagar ao Barcelona, se contratar o craque brasileiro Neymar. Repito o valor da multa: 222 milhões de euros. Aí meditei sobre o futebol cearense. Sobre as cotas do Ceará e do Fortaleza. Cotas pagas em real. E real cada vez mais desvalorizado. Real que um dia, mais precisamente em 1994, metido a besta, quis ser mais forte que a moeda norte-americana. O jogo dos milhões está na Europa. Aqui, o jogo dos trocados, das sobras. Por isso mesmo, cuido de olhar com muito respeito para os dirigentes do futebol cearense. Não é fácil, com pouco dinheiro, querer alcançar a proficiência dos mais aquinhoados, que mandam e desmandam.
Contratações
Há reclamações e insatisfações sobre a maioria das contratações feitas por Ceará e Fortaleza. Mas onde encontrar jogadores de nível superior aos que chegam? Ora, quem está acima da média já se manda para a Europa e para a Ásia (China, Coreia do Sul). Os empresários ganham comissões em euro.
Apelo
O euro tem seus encantos. Primeiro objetivo dos empresários é mandar jogadores para o exterior. Para o mercado interno ficam só alguns atletas promissores das bases dos grande clubes. Jovens, sem espaços, que vêm amadurecer aqui. Alguns amadurecem e voltam para o time de origem. É assim.
Olhares fixos
Lúcio Flávio e Adenilson. Observem a sintonia dos movimentos. Observem a sintonia dos olhares. Os dois atletas, muito atentos, aguardam o desfecho de um lance, de algum lançamento. Dessa atenção dependerá muito o Fortaleza nas próximas rodadas. Adenilson para criar, lançar, abrir caminhos; Lúcio para concluir, assinalar gols.
Minguado
Apesar de tantos investimentos em CTs por parte principalmente do Ceará e do Fortaleza, os frutos ainda são parcos. Quantos jogadores aptos para as disputas das Séries A e B os times daqui revelam por ano? Você conta nos dedos. Seria interessante até um levantamento custo/benefício.
Realidade
Diante da diferença de recursos financeiros e de estrutura, a realidade não pode ser deixada de lado. Os clubes cearenses estão fazendo o que realmente está ao alcance de cada um. Não por acaso, os times nordestinos estão mais ou menos no mesmo patamar: brilhos passageiros, em idas e vindas.
Recordando
1969. Atacante Nido, que integrou o elenco do Ceará em 1969, ano em que o time foi campeão do Nordestão. Revi as súmulas de todos os jogos daquela competição. Nido não atuou. Devia ser suplente. Há alguns anos, ele esteve na Rádio Verdes Mares, mas depois não mais entrou em contato. (Álbum de Elcias Ferreira).
Notas & notas.
Nesta sexta-feira, no almoço mensal promovido pelo conselho deliberativo do Ceará, os homenageados serão o ex-atacante, ídolo Sérgio Alves, e o ex-dirigente alvinegro Adelmo Aquino.
Castelão ou PV? Para os nossos times, tudo depende das circunstâncias do momento, ou seja, dos resultados e do comportamento da torcida.
No tempo em que só havia o PV, os jogadores tinham que encarar a torcida, independente da campanha. Hoje está bom demais...