Não sei bem a razão por que hoje lembrei muito do Mané Garrincha. A forma como viveu e morreu. As novas gerações pouco sabem sobre Garrincha. Ele foi maior que Messi, maior que Cristiano Ronaldo, maior que todos esses ídolos de hoje. Ganhou o que eles não ganharam (bi mundial). Fez o que eles não fizeram. Garrincha está no nível de Pelé, o Rei. E de uma forma tão próxima que bem poderia dividir o mesmo reinado. Messi e Cristiano Ronald, apenas para citar os dois maiores da atualidade, jamais desequilibram numa Copa do Mundo. Garrincha assombrou na de 1958, quando campeão, e exorbitou em talento, gols, criatividade e dribles na de 1962, quando jogou por ele e pelo Rei, sendo eleito o melhor da competição. Jovens, procurem saber mais sobre Garrincha!
A mídia
Messi e Cristiano Ronaldo estão tendo a seu favor a divulgação que a mídia globalizada oferece. Estão sendo beneficiados pelas fortunas que o futebol de hoje oferece. Mané não teve a seu favor nada disso. Mas os poucos arquivos de sua passagem pelos gramados do mundo certamente darão pelo menos uma leve ideia do que em verdade ele foi.
A pergunta
Sobre Mané, a pergunta que mais detesto é: faria ele hoje, neste futebol de marcação forte, sem espaços e preparo físico excelente, o que fez numa época de futebol mais aberto e lento? Ora, amigos, Garrincha nunca teve espaço para jogar porque sempre marcado por três. E driblava a todos. Ele hoje faria muito mais do que fez. Respeitem o Mané.
Recordando
1958. Sede da concentração do Brasil em Estocolmo. Garrincha cuida da Taça Jules Rimet, que acabara de ganhar na Copa do Mundo na Suécia. Ao seu lado Didi, Folha-Seca. Observem com que carinho Garrincha abraça o troféu. Dá até a ideia de embalá-lo como quem embala uma criança. Pena que a CBF (antiga CBD) não tenha tido o mesmo zelo, pois essa taça original, que aí está com o atleta, foi roubada da sede da entidade em 1983.
Repertório
Para ter apenas uma ideia do que foi Garrincha, peço às novas gerações que vejam a participação dele na Copa de 1962. E bastará. Garrincha no Chile jogou por ele, por Pelé (este contundido ficou fora desde o seguindo jogo) e por todos os demais porque foi ponta-direita, meia, centroavante e ponta-esquerda. Estava em todas as partes do campo.
Não sei
Não me perguntem o motivo pelo qual resolvi homenagear Garrincha na coluna de hoje. Não sei. Veio de repente à lembrança o Mané. E o vejo quase esquecido como se tivesse sido um jogador qualquer. Garrincha foi gênio. E deixou a marca de sua genialidade por onde passou. Acima de Messi, de Cristiano Ronaldo, desses todos que estão aí...
No Botafogo
1957. Garrincha no auge com a camisa do Botafogo, com a qual ganhou muitos títulos. Três anos antes, no dia 12 de junho de 1954, Garrincha estivera aqui no PV, num amistoso em que o Calouros do Ar ganhou do Botafogo (1 x 0), gol de Orlando Ciarlini. Nesse jogo o ataque do Botafogo formou com Garrincha, Dino, Carlyle, Paulinho e Vinícius.
Memória. O brasileiro é descuidado quando o assunto é memória do futebol. Ainda bem há os abnegados do Memofut que lutam pela preservação dos fatos marcantes do futebol brasileiro. Se assim não fosse, o esquecimento seria o destino de ídolos imortais como Garrincha. Repito: não me perguntem o motivo que me levou a eleger Garrincha como personagem especial da coluna de hoje. Talvez o desejo de suscitar nos jovens o interesse pela pesquisa da vida desse atleta excepcional, único, diferente.
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