O Ceará sofreu 4 a 1 do Boa em Varginha. E poderia ter sido mais. Se de um lado trouxe estrago, de outro lado remete a reflexão. O entusiasmo pela chegada ao G-4 pode ter gerado avaliação positiva além da realidade. Isso acontece sem que se perceba. Como o Ceará vinha obtendo bons resultados fora de casa, fixou-se a ideia de que assim seria em Varginha. Não foi. O Boa Esporte tomou conta do jogo com Escobar, Reis, Diones e Thaciano. Além disso, Rodolfo desfilou à vontade, sem ser contido nas suas incursões. Assim o Ceará implodiu numa jornada em que todos afundaram. Dia em que tudo deu certo para um lado só. A goleada conduz o Ceará a uma reflexão. Daí a sua importância. O returno é outra realidade.
Consequência
A goleada sofrida em Varginha abalará a confiança do Ceará? Comprometerá o entusiasmo que via o time pronto para subir? Não sei até que ponto isso pode acontecer, mas serve para abrir os olhos contra o otimismo exagerado. Este é tão traiçoeiro quanto o "já ganhou".
Quase exclusão
Há que se repensar no Ceará a utilização de jogadores que, de repente, foram, não digo excluídos, mas rebaixados a um injusto patamar de inferioridade. Caso de Ricardinho e Magno Alves. Talvez a goleada sofrida conduza Chamusca a uma revisão de conceito. Aí a parte boa que uma goleada sofrida pode trazer.
Recordando
17 de novembro de 2011. Treino do Ferroviário. A partir da esquerda: os atacantes Sérgio Alves e Stênio em primeiro plano. Atrás o meia Júnior Cearense. Detalhes: Sérgio Alves foi um dos maiores ídolos do Ceará. Hoje é treinador do Caucaia. Faz tempo não tenho notícias de Stênio. Júnior Cearense foi técnico do Guarany/S. Não sei onde está hoje.
Apreensão
A três jogos do final da fase classificatória, a derrota para o Sampaio Corrêa deixou o Fortaleza numa situação delicada. Terá pela frente agora o vice-líder CSA. Depois enfrentará o Confiança e o Moto. Já se observa o medo de o time, se cometer mais um tropeço, ficar fora do mata-mata. Calma, muita calma, gente.
Efeito
Até que ponto a derrota em São Luís pode desencadear no grupo a insegurança diante dos próximos desafios? Imprevisível a situação. Mudança de treinador, numa situação assim, é faca de dois gumes. Mas não havia outra alternativa senão tomar a decisão que foi tomada: demitir Bonamigo.
Mudança
O presidente do Fortaleza, Luís Eduardo Girão, sempre sereno, ponderado, experimentou pela primeira vez uma turbulência mais forte em razão da derrota para o Sampaio. Imediata consequência: a já esperada demissão de Paulo Bonamigo. A redução da margem com relação aos times que estão fora do G-4 tornou insustentável a manutenção do treinador. Há algo estranho no comportamento do grupo.
Notas & notas. Agora é esperar o que vem no Pici com a chegada de um novo treinador. Tem de ser um técnico que saiba sacudir em tempo recorde, sem pestanejar. Fazer o que fez o técnico Lisca quando pegou o Ceará à beira do abismo do rebaixamento e levou o time a uma reação fulminante, surpreendente, começando logo por uma vitória diante do favorito Botafogo em pleno Rio de Janeiro. Terá de ser por aí. Não há muito tempo daqui até a chegada do mata-mata.