Tom Barros: Furada previsão

O Ceará está mal nesta temporada. Contrariou todas as previsões. De favorito no "estadual" a pendurado nas mãos de terceiros. De campeão da Copa do Nordeste a eliminado no Castelão. Imaginei 2016 como um ano de redenção. Imaginei que ficaria para traz o sufoco da Série B de 2015 quando o time se salvou na última rodada por obra milagrosa do técnico Lisca. Mas o drama passou de um ano para outro. Não se extinguiu com o fim de 2015. Já abril chegou sem que, pelo menos até o momento, seja possível vislumbrar uma retomada imediata em Porangabuçu. Hoje na largada alvinegra na Copa do Brasil diante do Resende, quem sabe haja o limiar de um novo tempo. O Ceará não pode continuar como está aí, ou seja, dependendo do Maranguape ou do Fortaleza para seguir.

Copa do Brasil

Ganhar do Resende passou a ser necessidade do Ceara, visando a recompor a imagem e recuperar a confiança para buscar o que ainda lhe resta no Campeonato Cearense. Se houver novo tropeço hoje, a autoestima dos alvinegros irá ao fundo do poço. A fase de transição, demorada pela espera de Sérgio Soares, também tem prejudicado.

Missão tricolor

Hoje o Fortaleza, já classificado, enfrenta o Guarani em Juazeiro. O Fortaleza não tem nenhum interesse no jogo. Qualquer outro time na mesma situação do Fortaleza faria o mesmo. Não se trata de abrir ou entregar o jogo ao adversário. O Fortaleza não faria isso. Poupar os atletas principais é expediente natural em situações assim.

Recordando
 
05 de março de 2006. Há dez anos, pela Copa do Brasil, no Castelão, o Fortaleza ganhou do Ceilândia por 3 x 1, numa noite em que o grande destaque foi o atacante Rinaldo. Ele marcou os três gols do Leão. Na foto Rinaldo recebe o abraço do técnico Jair Picerni. O Leão jogou com Maizena, Glauber, Alan e Leandro Smith (Andrade e depois Rabicó); Galeano, Igor (Bechara), Dude e André Cunha (Tiago Sousa); Velber, Rinaldo e Finazzi.

Diferença

Qual a diferença entre desinteresse no jogo e abertura? A diferença é sutil, mas existe. Abrir o jogo é deixar o adversário livre para ganhar como e quando quiser. O time que abre um jogo não faz nenhum esforço e até facilita o trabalho do adversário. O time desinteressado coloca em ação um mistão, mas na hora da disputa nada facilita.

Efeitos

A maledicência popular não deixa por menos. Entende que a escalação de um mistão é renúncia indevida que caracteriza abertura indireta. Não penso assim. Fator esclarecedor será a postura em campo. Só pela postura será possível avaliar quando há corpo mole ou não. A simples presença de um mistão não caracteriza abertura.

Bola para frente

Nunca a expressão pegou tão bem como agora. O novo técnico do Ceará, Sérgio Soares, deixou como marca registrada em Porangabuçu a vocação ofensiva. E nunca como agora o Ceará precisou tanto da expressão "bola para frente". Reclamavam dele porque o Ceará sofria muitos gols. A filosofia de Sérgio, pelo que sei, nada mudou. É bola para frente. E seja o que Deus quiser...

"Organizadas". Os órgãos de segura de São Paulo endureceram contra as torcidas organizadas. Lá, até o fim do ano, os clássicos serão de uma torcida só. A que pontos chegamos... Pior é que é isso não resolve. Correto será a adoção de medidas mais drásticas como as que foram tomadas na Inglaterra, Itália e Holanda. Nesses países a punição passou a ser severa, inclusive com o banimento definitivo dos infratores. Se aqui não for tomada medida semelhante, o problema não será resolvido.

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