Tom Barros: Fonte de inspiração

Certa feita ouvi de um amigo jornalista: "Se tivesse como tema um jogo Calouros x Quixadá, será que o grande Armando Nogueira elaboraria um belo texto"? Onde o poeta Armando buscaria inspiração? Pois há dias busco tema agradável para escrever, mas só encontro fatos razoáveis. É o Ceará sem graça, só cumprindo tabela. Como ter inspiração nisso? É o tapetão que pode melar o campeonato cearense 2017, se o Ferroviário for à justiça comum. É o PV ainda sem laudo para os jogos oficiais. É o Fortaleza à espera da eleição do novo presidente. A Seleção Brasileira, com sua reabilitação, poderia ser bom mote, mas só jogará em 2017. Tem aí o restinho da Série A com alguma graça. É pouco. Lembrei do querido Zé Lisboa quando diz que "acabou o milho, acabou a pipoca".

De bom

Numa revisão, tento repassar o que de bom poderia ter havido no futebol cearense para um registro especial. A rigor, das metas gerais, nada ganhou no plano interestadual. Todos ficaram no mesmo lugar, estacionados numa enfadonha repetição de erros. Tropeços na mesma pedra como costumo lembrar.

Só o bi

O Fortaleza foi o único que pelo menos alcançou uma de suas metas: o bi estadual. Pouco, diante da proposta inicial, que tinha como com prioridade subir para a Série C e o título da Copa do Nordeste. Para quem espera sair da Série C há sete anos, o ano terminou sendo de certa frustração, apesar do bicampeonato estadual. Vida que segue.

Recordando

Com a inauguração da Rádio Progresso em Juazeiro do Norte em 1967 e a do Romeirão em 1970 o Cariri avançou no futebol e deu prestígio às coberturas esportivas. Na Rádio Progresso, audiência imbatível com esta equipe: a partir da esquerda (1º plano), o comentarista Wilton Bezerra e o narrador Francisco Silva (Foguinho). No 2º plano, o repórter João Eudes e o narrador e repórter Juciê Cunha, que morreu este ano. A foto tem 46 anos.

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Americano

Quero louvar os amantes do futebol americano que estão tentando dar aqui maior visibilidade e dimensão a essa modalidade. O PV foi palco de alguns jogos de futebol americano. Num deles, levou público razoável. Creio que, quando houver melhor compreensão das táticas e regras do jogo, a presença será melhor, bem melhor.

Estranho

É esquisita aquela bola oval do futebol americano. Não rola macia, mas aos saltos quando solta na grama. Talvez esse contraste com a bola redonda e macia do futebol tire o encanto de quem no primeiro momento trava contado com esse futebol diferente. Pode ser preconceito, mas a meu juízo a bola redonda tem mais apelo. É mais bonita.

Melhor

Votei em Maurílio Silva como melhor técnico de 2016. Sem ter a estrutura de Ceará e Fortaleza, ele organizou um time muito bom, chegando ao vice-campeonato estadual. Marquinhos Santos, que também poderia ter sido votado, abandonou o barco tricolor, numa atitude ainda hoje não explicada. E Sérgio Soares foi uma decepção no returno.

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Caixa de entrada. De Lauro Chaves Filho: "O futebol cearense tem de mudar para voltar a ter a força que tinha até a década de 1960. Incentivar a descoberta de talentos. Um estadual com times tendo em campo número mínimo de atletas da base ou abaixo de 23 anos. FCF transparente. TJD a julgar com as leis e autos e não com as camisas dos auditores. Profissionalizar a arbitragem e a imprensa. Punir mesmo baderneiros e violentos das arquibancadas. E os apaixonados virarem sócios-torcedores". Concordo.