Quase que o Ceará faz na Arena Grêmio o que fizera com o Flamengo no Maracanã: uma surpresa com vitória. Desta vez, porém, não deu. O Grêmio precisou jogar futebol de Libertadores para ganhar do Ceará. Ganhou. E teve seus méritos. O Ceará adotou modelo fechado com inteligentes subidas em contra-ataques. Assim fez 1 a 0, gol de Luís Otávio. O Grêmio respondeu com gol de Geromel. Ceará ampliou com Arthur (1 x 2). Aí o Grêmio pôs Leo, Cortez, Ramiro, Luan, Maicon, Cícero, Thony e Everton no campo alvinegro. Tonny empatou. Na fase final, repetição de modelo. Na pressão, Luan, de falta, virou (Grêmio, 3 x 2). O Ceará com Robinho e Azevedo não teve forças para reagir. Até se insinuou um pouco. E só. O Grêmio mereceu vencer.
Banco
Falta ao Ceará um banco para manter a mesma força que tem quando em campo e em condições ideais Juninho Quixadá e Leandro Carvalho. Se Leandro tem de sair, termina a velocidade. Se Juninho tem de sair, a melhor lucidez sai com ele. Isso vem acontecendo com frequência. É uma das limitações do Ceará.
Caprichosa
A bola de Juninho, que acertou a trave do Grêmio, é a que define de que lado a sorte está. Se 3 a 1 para o Ceará ali, o Grêmio até poderia virar, mas seria mais complicado. Bola caprichosa. Síntese: o Ceará perder em Porto Alegre é normal. A dor advém do fato de ter sido possível sair com um resultado melhor. Doeu.
Em três momentos, o goleiro Everson mais uma vez traduziu em atos práticos a fase excepcional que ora vive. Na bomba de Cícero, a defesa e o voo que fez lembrar o Caravelle. No chute de Everton, o reflexo num salto felino. Na bomba de Gerolmel, a presença sensacional. Se Everson fosse goleiro do Liverpool, certamente já teria sido chamado por Tite.
Sem pressão
Amanhã o Fortaleza recebe o São Bento, time da faixa intermediária. Teoricamente, mais três pontos. Quero crer que agora, retomado o caminho da vitória, o Leão possa atuar mais desenvolto pela ausência de pressão. O primeiro tempo diante do Vila ainda deu sinais de insegurança.
Conhecidos
No São Bento atuam o zagueiro Ewerton Páscoa (ex-Ceará, 2016), o atacante Luidy (ex-Ceará, 2018) e o meia Diogo Oliveira (ex-Ceará, 2006). O técnico é Marquinhos Santos, de polêmicas passagens pelo Leão. Foi campeão cearense em 2016, mas deixou o time a dois jogos de conseguir o acesso à Série B.
Nova perspectiva
Festa para Ederson. Comemoração com Ederson. Seus dois gols na vitória sobre o Vila Nova (2 x 0) no Castelão deixam o atleta agora numa melhor condição. Já havia reclamações porque ele marcara apenas um gol desde que chegara. Depois "sumira". Quando ele alcançar a sintonia fina com Gustavo, certamente o Fortaleza passará a ter ideal dupla no ataque. Se será consolidada, só o tempo dirá.
Repercussão
O polêmico técnico do Grêmio, Renato Gaúcho, declarou que o Ceará, com o futebol que está mostrando, não cai. Lembrou também o fato de o Vozão ter feito dois gols no Grêmio na Arena Grêmio, situação que poucos clubes conseguiram. Valeu o elogio, mas o Ceará terá de traduzir em vitórias sua boa qualidade. Domingo próximo, diante da Chapecoense no Castelão, outra vez um jogo em que não se admitirá sequer um empate. Depois, Cruzeiro (fora), Botafogo (aqui), Palmeiras (fora)...